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Megaoperação no Alemão e Penha mobiliza 2,5 mil policiais e deixa 60 mortos

Nesta terça-feira (28/10), a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), em conjunto com a Polícia Militar e o governo estadual, detalhou em coletiva a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade.

Foram mobilizados 2.500 agentes de segurança para a ação, que enfrentaram resistência dos criminosos, que responderam com barricadas, drones, bombas e tiros.

Até o momento, a ação resultou em 81 prisões e 60 mortos, entre eles quatro policiais – dois civis e dois militares. As autoridades cumpriram apreensão de um arsenal significativo, destacando pelo menos 75 fuzis recolhidos.

Entre as vítimas está o policial civil Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, de 51 anos, chefe da 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita), que foi baleado durante o cumprimento dos mandados. Outro policial civil morto é Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna).

Em retaliação à operação, traficantes do Comando Vermelho (CV) lançaram bombas por meio de drones contra policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), considerada tropa de elite da Polícia Civil.

A coletiva aconteceu no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, onde o monitoramento das ações é centralizado em tempo real.

No decorrer do anúncio, o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, confirmou a prisão de Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quintugo”. Ele é chefe do Morro do Quitungo, também na Penha, e considerado braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como uma das lideranças principais do CV na região.

Thiago responde por diversos crimes ligados ao tráfico, comércio ilegal de armas e conflitos com quadrilhas rivais.

Também estiveram presentes na coletiva os secretários estaduais de Segurança Pública, Victor dos Santos, e da Polícia Militar, Marcelo de Menezes.

A operação tem como objetivo o cumprimento de 51 mandados de prisão contra traficantes do Complexo da Penha, contando com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), Core/PCERJ e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMERJ).

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) denunciou 67 pessoas pelo crime de associação para o tráfico, com três delas também denunciadas por tortura.

Edgard Alves de Andrade, o Doca, é identificado como chefia do CV no Complexo da Penha e em comunidades da zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento, áreas recentemente controladas por milícias.

Além dele, são apontados como líderes Pedro Paulo Guedes (Pedro Bala), Carlos Costa Neves (Gadernal) e Washington Cesar Braga da Silva (Grandão), responsáveis por ordenar o tráfico, escalas de criminosos, monitoramentos e execuções que contrariem seus interesses.

Outros 15 acusados atuam como gerentes do tráfico, cuidando da contabilidade, abastecimento e outras funções, enquanto o restante atua como “soldados” na vigilância e segurança armada.

A denúncia foi acolhida pelo Juízo da 42ª Vara Criminal da Capital, que expediu os mandados de prisão.

Créditos: Metropoles

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