Moraes determina perícia da PF para avaliar Alzheimer de Augusto Heleno
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que peritos médicos da Polícia Federal (PF) realizem uma avaliação do estado de saúde do ex-ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. O objetivo é confirmar se Heleno tem a doença de Alzheimer, dentro de um prazo de até 15 dias.
A perícia deverá analisar a memória e outras funções cognitivas do ex-ministro, além dos cuidados necessários para manter sua integridade física e cognitiva, e a eventual necessidade de supervisão contínua.
Moraes justificou a medida devido a “informações contraditórias” sobre o diagnóstico. Heleno revelou ter a doença ao ser preso, afirmando conviver com ela desde 2018. A defesa, contudo, declarou que o diagnóstico foi fechado no início de 2025.
Heleno foi preso na terça-feira e começou a cumprir a pena de 21 anos determinada pelo STF por participação em uma ação penal da trama golpista. Como general da reserva, encontra-se no Comando Militar do Planalto.
Ao ser admitido na prisão, foi submetido a exame médico e reportou possuir demência de Alzheimer em evolução desde 2018, com perda recente de memória.
A defesa solicitou transferência para prisão domiciliar, argumentando que Heleno faz acompanhamento psiquiátrico desde 2018, intensificado em 2024, e que em janeiro deste ano recebeu diagnóstico de demência mista (de Alzheimer e causa vascular), além de antecedentes de transtorno depressivo e ansioso.
Na sexta-feira, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apoiou o pedido, considerando a idade de 78 anos e o quadro clínico do ex-ministro.
Segundo Gonet, a prisão domiciliar seria uma medida excepcional e proporcional à faixa etária e condição de saúde de Heleno, cujo estado grave pode ser agravado se afastado de seu lar e do suporte do Estado.
No entanto, no sábado, Moraes exigiu que a defesa apresentasse todos os documentos comprobatórios do diagnóstico, incluindo todos os exames realizados desde 2018.
No mesmo dia, os advogados do ex-ministro afirmaram que nunca afirmaram que o diagnóstico havia sido feito em 2018 e sugeriram que pode ter ocorrido um erro do perito na avaliação pós-prisão.
Créditos: O Globo