Política
20:06

Mudança na versão sobre tornozeleira complica defesa de Bolsonaro, dizem investigadores

Por Octavio Guedes

Jornalista e comentarista da GloboNews.

24/11/2025 17h25 Atualizado há uma hora

O Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME), órgão do governo do Distrito Federal responsável pelo controle remoto da tornozeleira do ex-presidente Jair Bolsonaro, recebeu às 0h07 do dia 22 de novembro um alerta de violação do dispositivo.

Imediatamente, a equipe de escolta que aguardava em frente à residência de Bolsonaro foi acionada, assim como a diretora do centro de monitoramento, Rita Gaio, que se dirigiu ao local.

Segundo relatório do CIME, a primeira explicação dada aos policiais foi que Bolsonaro teria batido o aparelho na escada.

No entanto, pouco depois, entre 0h40 e 0h50, o ex-presidente apresentou uma segunda versão: admitiu ter tentado violar o equipamento utilizando um ferro de solda. Ele afirmou que agiu por “curiosidade”. O diálogo e o vídeo gravado por Rita Gaio mostram esse momento.

No dia seguinte, durante audiência de custódia com a presença de advogado, Bolsonaro apresentou uma terceira versão. Alegou que estava em estado de paranoia devido ao uso de medicamentos, e que teve uma alucinação.

Ele mencionou o uso de pregabalina e sertralina, remédios para tratamentos psiquiátricos voltados à ansiedade e depressão. Explicou ainda que tem sono fragmentado e que, por isso, mexeu na tornozeleira com um ferro de solda, justificando que possui curso para operar esse tipo de equipamento.

Para os investigadores, as três versões distintas apresentadas dificultam a defesa do ex-presidente.

A ocorrência da violação aconteceu em 22 de novembro, e a resposta rápida dos policiais levou ao encontro com Bolsonaro em menos de dez minutos após o alerta.

Na tarde de 23 de novembro, Bolsonaro foi visto na Superintendência da Polícia Federal em Brasília se despedindo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o visitou enquanto cumpre prisão preventiva.

Créditos: g1

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