Notificações de intoxicação por metanol em São Paulo sobem para 52
O estado de São Paulo registrou um aumento nas notificações de intoxicação por metanol, passando de 45 para 52 casos, conforme divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde na manhã de 3 de outubro de 2025. Esses números incluem tanto os casos quanto as mortes confirmadas e em investigação.
Até o momento, uma morte foi confirmada como decorrente de consumo de bebida adulterada com metanol, enquanto outras cinco mortes permanecem sob investigação, número que não sofreu alteração recentemente. O incremento ocorreu no total de casos em análise.
O metanol é um tipo de álcool utilizado industrialmente em solventes e outros produtos químicos e é extremamente perigoso se ingerido. Seu efeito inicial atinge o fígado, que o converte em toxinas que prejudicam a medula óssea, o cérebro e o nervo óptico, podendo levar a cegueira, coma e até a óbito. Além disso, pode causar insuficiência pulmonar e renal.
Embora as autoridades não tenham divulgado oficialmente as identidades das vítimas, veículos de comunicação como TV Globo e g1 identificaram e relataram algumas histórias afetadas pelo consumo dessas bebidas adulteradas.
Um dos casos é o de Rafael Anjos Martins, 28 anos, que adquiriu duas garrafas de gin em uma adega da Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo, e consumiu a bebida com amigos. Poucas horas depois, Rafael caiu em coma, permanecendo internado em UTI em Osasco, respirando com suporte de aparelhos. Alguns dos amigos também tiveram problemas de visão.
Outra vítima é Radharani Domingos, 43 anos, designer de interiores que perdeu a visão após beber caipirinhas feitas com vodca em um bar da Alameda Lorena, bairro nobre da capital paulista, estabelecimento que foi interditado. Radharani esteve na UTI, sofreu convulsões, foi intubada e segue em tratamento, com a visão comprometida.
Bruna Araújo de Souza, 30 anos, também foi internada em estado grave após consumir vodca adulterada durante um show de pagode em São Bernardo do Campo. Ela apresentou sintomas como dor no corpo, falta de ar e visão embaçada e foi transferida para um hospital, permanecendo entubada.
Wesley Pereira, 31 anos, passou mal após consumir whisky adulterado em uma festa na Zona Sul de São Paulo. Desde então, está internado no Hospital do Campo Limpo, enfrentando complicações sérias como pneumonia, insuficiência renal e AVC. Sua visão foi afetada permanentemente.
O advogado e empresário Marcelo Lombardi, 45 anos, morador da região do Sacomã, Zona Sul da capital, faleceu após ingerir vodca adulterada comprada em uma adega para consumo em casa. Seu quadro evoluiu para parada cardiorrespiratória e falência múltipla dos órgãos, com o atestado de óbito apontando intoxicação por metanol como causa.
Em um bar do bairro nobre, foram apreendidas cerca de 100 garrafas de bebidas adulteradas. Enquanto isso, os familiares das vítimas continuam acompanhando tratamentos médicos e aguardam desfechos sobre a recuperação dos comprometidos pelo consumo do álcool tóxico.
Créditos: g1