Internacional
18:08

Novo presidente da Bolívia valoriza relação com Brasil e Lula

Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), venceu as eleições presidenciais na Bolívia no domingo, 19, encerrando quase duas décadas de governo da esquerda no país. Ele assumirá o cargo em novembro com a promessa de implementar um “capitalismo para todos” e acabar com o que chama de “Estado tranca”, referindo-se à burocracia que atrasa o desenvolvimento econômico.

Embora tenha perfil conservador, Paz destacou durante a campanha a relevância das relações com o Brasil e indicou a intenção de manter diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em setembro, declarou: “Vamos começar por aí. Os Estados Unidos e o Brasil serão cruciais na nossa relação, nossos países irmãos, nossos países vizinhos. E a partir daí, nesse eixo continental, olharemos para a Europa e outros espaços geopolíticos e geoeconômicos, mas, em princípio, a nossa vizinhança é o primeiro passo”.

Na segunda-feira, 20, Lula enviou uma carta a Paz para congratulá-lo pela vitória. O presidente brasileiro ressaltou que a conclusão pacífica do processo eleitoral manifesta o compromisso da sociedade boliviana com a democracia, um valor que deve guiar toda a região. Lula reafirmou a prioridade do governo brasileiro nas relações com a Bolívia, país com o qual compartilha extensa fronteira e mantém relação de amizade e respeito.

“O presidente eleito pode contar com o meu compromisso de seguir trabalhando em benefício das nossas relações bilaterais e de cooperação em temas de interesse mútuo”, afirmou Lula. Ele acrescentou que “a Bolívia é parceira fundamental do Brasil na construção de uma América do Sul mais integrada, justa e solidária”.

Rodrigo Paz nasceu em Santiago de Compostela, Espanha, onde sua família estava exilada durante a ditadura militar na Bolívia, que durou de 1964 a 1982. É filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, que governou entre 1989 e 1993. Formado pela American University, em Washington, Paz iniciou sua carreira política nos anos 1990. Passou por partidos de diferentes espectros políticos, incluindo o Movimento ao Socialismo (MAS), liderado pelo seu pai. Ele já foi vereador e, mais recentemente, senador pelo PDC, partido de centro-direita.

Créditos: Veja Abril

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