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18:06

Oposição critica PF por não participar de operação no Rio com 119 mortos

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, deputado Zucco (PL-RS), classificou como “uma vergonha nacional” o fato de a Polícia Federal ter conhecimento da operação no Rio de Janeiro e se recusar a participar. A declaração foi feita nesta quarta-feira (29).

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou que a equipe da corporação no Rio foi informada sobre a operação no estado, mas ao analisar o planejamento operacional decidido não participar, pois entendeu que não se tratava de um tipo de ação compatível com a PF.

Zucco criticou o governo federal por não apoiar as polícias civil e militar do Rio, que enfrentaram criminosos fortemente armados. Ele definiu essa postura como sinal de um governo fraco, desorientado e omisso diante da atuação do crime organizado, que hoje tem armamento pesado, poder econômico e domínio territorial.

A operação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio resultou em ao menos 119 mortes, incluindo quatro policiais, sendo a mais letal do país.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, interrompeu o diretor-geral para esclarecer que a comunicação sobre operações desse porte deve ser feita entre autoridades de hierarquia superior. Segundo ele, o governo federal só seria comunicado se a operação exigisse sua interferência, e este contato deveria ocorrer até o presidente da República ou ministros responsáveis.

Lewandowski afirmou que o presidente Lula ficou “estarrecido” com o número de mortos e surpreso que uma operação dessa magnitude tenha ocorrido sem o conhecimento do governo federal, impedindo sua participação com recursos ou apoio logístico.

Durante a madrugada de quarta-feira (29), moradores levaram mais de 70 corpos à praça São Lucas, na comunidade da Penha.

Além disso, Samira Bueno, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, declarou que o governador do Rio será lembrado pela barbárie ocorrida.

Críticas também foram feitas à Polícia Federal, que, apesar de não poder atuar diretamente, poderia ter comunicado o Ministério da Justiça para evitar a tragédia.

O governador do Rio de Janeiro recebeu críticas por sua atuação sobre a operação, sendo acusado por opositores de tentar se beneficiar da situação na mídia sem promover união federativa para solucionar o problema.

Este episódio reacende o debate sobre o combate ao crime organizado e a coordenação entre as forças federais e estaduais em operações de segurança pública.

Créditos: Folha de S.Paulo

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