Oposição retira da pauta MP que substituiria aumento do IOF e derrota governo
Após um dia prolongado de negociações, a oposição conseguiu impedir a votação e retirou da pauta da Câmara a medida provisória que tinha como objetivo substituir parte do aumento do IOF. Essa medida provisória perderá a validade até o fim da noite de quarta-feira (8).
Na manhã do mesmo dia, o presidente Lula reuniu os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; além dos líderes do Senado, Jacques Wagner; da Câmara, José Guimarães; e do Congresso, Randolfe Rodrigues, para discutir a medida provisória.
O governo contava com essa medida para alcançar a meta fiscal de 2026, que prevê um superávit de até R$ 34 bilhões. Na terça-feira (7), no entanto, surgiram sinais de alerta quando a comissão mista aprovou o texto por apenas um voto de diferença, mesmo após o relator, deputado Carlos Zarattini (PT), ter promovido diversas alterações. A expectativa inicial de arrecadação de R$ 20 bilhões para 2026 caiu para R$ 17 bilhões, e o texto sofreu mais ajustes depois disso.
Apesar disso, o governo adiou a votação para quarta-feira (8) na tentativa de garantir sua aprovação. Ainda no Palácio do Planalto, durante a tarde, o presidente Lula foi questionado sobre a existência de um plano B caso a MP não fosse aprovada.
O ministro Fernando Haddad afirmou que existia um acordo para aprovação e, no Congresso, o líder do governo, senador Randolfe Rodrigues, indicou que a equipe econômica poderia adotar um novo contingenciamento de até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares ao longo de 2025, caso a MP não fosse aprovada.
Para assegurar os votos favoráveis à MP, os ministros Celso Sabino, do Turismo; André Fufuca, do Esporte; e Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, foram exonerados temporariamente para que, como deputados federais licenciados, pudessem votar a favor da medida. No entanto, a articulação não conseguiu o resultado esperado. No início da noite, os deputados aprovaram a retirada da medida provisória da pauta, que não chegou a ser debatida. A derrota foi significativa: 251 votos pela retirada e 193 contrários.
A oposição comemorou a derrota do governo, que considera que o posicionamento contrário foi motivado pela antecipação das eleições de 2026.
Agora, o governo terá que buscar alternativas para recompor a perda de arrecadação causada pela não aprovação da medida provisória.
Créditos: g1