Paraguai realiza cerimônia própria após Lula inaugurar ponte no Paraná

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou a Ponte da Integração Jaime Lerner, em Foz do Iguaçu, Paraná, sem a presença do presidente paraguaio Santiago Peña.

No sábado (20), o governo do Paraguai realizou uma cerimônia separada do outro lado da fronteira, em Presidente Franco.

Especialistas consideram o episódio um indicativo de ruídos nas relações diplomáticas entre Brasil e Paraguai, pouco antes da Cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu.

Lula explicou a ausência de Peña dizendo que o presidente paraguaio teve um problema familiar em Assunção e que ele próprio não poderia estar presente no momento da cerimônia paraguaia devido à agenda da cúpula e retorno a Brasília. Ambos decidiram, então, fazer cerimônias separadas para evitar atrasos.

A Cúpula do Mercosul, que marca o encerramento da presidência temporária do Brasil no bloco, ocorreu no sábado com Lula presidindo a 67ª edição do encontro, com a presença de autoridades da região.

Segundo Aníbal Orué Pozzo, coordenador da pós-graduação Integração Paraguai-Brasil na Unila, a ausência de Peña é um sinal de fragilidade da política externa paraguaia e enfraquece o Mercosul, que depende do consenso entre membros.

A Ponte da Integração Jaime Lerner conecta Foz do Iguaçu a Presidente Franco e é a segunda ligação viária entre Brasil e Paraguai na região, mais de 60 anos após a Ponte da Amizade. A estrutura foi concluída em 2022, porém só foi inaugurada agora, pois faltavam aduanas e sistemas de fiscalização.

Durante a inauguração na sexta-feira (19), um problema técnico fez faltar energia durante o discurso de Lula, que relatou o ocorrido na cúpula no dia seguinte, fazendo uma observação bem-humorada.

A liberação do tráfego na ponte será gradual: a partir do sábado à noite, caminhões vazios poderão passar em horários restritos e, a partir de janeiro, ônibus turísticos terão autorização em horários definidos. Não há previsão para veículos leves.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, espera que a ponte reduza o fluxo de caminhões na Ponte da Amizade e no centro de Foz do Iguaçu.

Lula destacou que a ponte facilitará a circulação de pessoas para trabalho e comércio entre os dois países, contribuindo para o crescimento das economias brasileira e paraguaia.

Créditos: g1 PR Oeste Sudoeste