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09:06

Percepção sobre COP30 melhora no Brasil, mas sentimento negativo domina no exterior

A percepção sobre a COP30 no Brasil apresentou melhora, com 21% das menções nas redes sociais sendo positivas no início de outubro. No entanto, no exterior, o sentimento negativo é mais do que o dobro do positivo. A pesquisa Quaest, que será acompanhada semanalmente até a conferência em Belém, destaca críticas internacionais relacionadas à organização e infraestrutura.

No Brasil, o debate concentra-se nos custos e nas obras do evento, enquanto os elogios reconhecem avanços importantes. Nos sete primeiros dias de outubro, o sentimento positivo nacional aumentou para 21% das postagens, ante 13% do trimestre anterior, conforme levantamento da Quaest. No mesmo período, o sentimento negativo no Brasil caiu para 26%, com 53% das mensagens neutras. Os brasileiros foram responsáveis por 55% das discussões sobre a conferência no ambiente digital.

Marina Siqueira, diretora de Sustentabilidade da Quaest, atribui a melhora da percepção digital a eventos recentes, como a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Belém para entrega das obras e o convite feito por Lula ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para participar da COP30.

De acordo com Siqueira, o debate digital está fortemente influenciado pelo contexto político: governistas destacam as obras como ponto positivo, porém críticas à infraestrutura de Belém e preocupações com os gastos públicos ainda persistem. Termos como “vergonha” são frequentes nas críticas.

Os principais temas das críticas nacionais envolvem os altos custos do evento, a crise na saúde, problemas sanitários em Belém e os impactos ambientais das obras. Já as postagens positivas valorizam a finalização das instalações, obras de saneamento na capital paraense, o convite de Lula a Trump e a aprovação simbólica pelo Senado da transferência temporária da capital do Brasil para Belém.

No âmbito internacional, os comentários são dominados por grupos ambientalistas e veículos especializados que apontam uma organização “confusa” do evento, dificultando a participação, e temem que isso comprometa as negociações ambientais. Também são frequentes as reclamações sobre a infraestrutura da cidade.

Entre os primeiros dias de outubro, apenas 17% das menções internacionais foram positivas, enquanto 37% foram negativas e 45% neutras. Os Estados Unidos representaram 10% das menções, seguidos por Espanha com 6%, e Reino Unido e Colômbia com 4% cada.

Nos EUA, há receio quanto à falta de resultados concretos para a proteção ambiental na COP30. Reino Unido e Espanha abordam a Agenda 2030 e a importância do evento, e a Colômbia destaca o papel da Amazônia e da América Latina para soluções sustentáveis.

As postagens negativas internacionais apontam preços elevados de hospedagem, dificuldades logísticas e custos de transporte até Belém, além das críticas à abordagem sobre combustíveis fósseis. As positivas ressaltam temas como justiça climática, a crise climática com esperança em negociações, a Agenda 2030, transição energética e descarbonização.

Créditos: O Globo

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