Internacional
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Petro convoca embaixador após Trump ameaçar Colômbia e cortar ajuda

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, convocou seu embaixador nos Estados Unidos para consultas depois que Donald Trump ameaçou o país e anunciou a suspensão da ajuda financeira devido à acusação de que a Colômbia estaria fomentando a produção de drogas.

O embaixador Daniel García Peña já está em Bogotá, conforme informado pelo governo colombiano. Em breve, o governo deverá divulgar as decisões tomadas em relação ao caso, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Na véspera, Trump anunciou a suspensão dos pagamentos e de qualquer subsídio à Colômbia. Em uma publicação nas redes sociais, acusou o governo de Petro de tolerar a produção de drogas, chamando o presidente colombiano de “líder narcotraficante”. Sem apresentar provas, Trump afirmou que a produção de drogas no país tem como objetivo enviar grandes quantidades para os Estados Unidos, causando “morte, destruição e caos”.

Petro respondeu às acusações afirmando que Trump é grosseiro e ignorante sobre a situação colombiana, ressaltando que não é empresário nem traficante e que não tem ganância. Nas redes sociais, disse ainda que Trump foi enganado por seus aliados e aconselhou-o a analisar melhor a Colômbia para identificar quem são os traficantes e quem são os democratas.

O presidente colombiano enfatizou ser socialista, acreditar na ajuda humanitária e no bem comum, destacando que a vida é seu maior valor, em contraposição aos interesses pelo petróleo, referindo-se à postura de Trump.

Essa troca de acusações ocorre em meio a tensões na região, com Trump criticando Petro após queixas sobre violações do espaço marítimo colombiano e a morte de um pescador.

Petro apontou que um pescador foi morto durante uma operação militar no Caribe dos Estados Unidos, caracterizada como combate ao narcotráfico. Washington confirmou que a ação fazia parte de ataques contra o narcotráfico, realizados desde setembro com navios e caças, resultando em pelo menos 27 mortes.

O presidente colombiano qualificou o ocorrido como violação da soberania da Colômbia, afirmando que o pescador Alejandro Carranza não tinha ligação com drogas, que sua atividade era pescar e que o barco estava à deriva e apresentou falha no motor. O governo colombiano aguarda explicações dos EUA.

A relação entre EUA e Colômbia, tradicionalmente aliada, atravessa um momento difícil com Trump na presidência. Desde agosto, os EUA mantêm navios de guerra no Caribe e realizaram várias operações contra embarcações suspeitas de transportar drogas.

Em 17 de outubro, o Pentágono confirmou outro ataque que atingiu um barco em águas internacionais, resultando na morte de três supostos combatentes do grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional.

Além da Colômbia, os Estados Unidos têm como alvo principal a Venezuela na região, com acusações de Trump contra Nicolás Maduro por liderar uma rede de tráfico de drogas. O governo venezuelano nega veementemente, acusando Washington de tentar mudar o regime e tomar o petróleo do país.

Créditos: UOL

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