Petro critica vitória de Kast no Chile e recusa diálogo com eleito
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, do movimento Colômbia Humana (esquerda), expressou sua desaprovação sobre a eleição de José Antonio Kast, do Partido Republicano (direita), à presidência do Chile. Petro lamentou a escolha dos eleitores chilenos e comparou Kast ao ditador Augusto Pinochet, que governou Chile de 1973 a 1990, declarando em rede social que “jamais darei a mão a um nazista e a um filho de nazista tampouco”.
Em resposta a um texto que afirmava que “o pêndulo voltou ao seu lugar com o novo presidente eleito”, Petro afirmou que o Chile sempre foi progressista, citando a resistência dos povos indígenas Arauco aos espanhóis.
O líder colombiano alertou sobre o avanço do fascismo e reforçou sua posição de não dialogar com Kast, qualificando-o como “a morte em forma de ser humano” e alertando que eleitos ou não, são “filhos de Hitler” e, segundo Petro, “o demônio contra a vida”.
Posteriormente, Petro publicou outra mensagem comparando a derrota chilena à hipotética vitória de figuras políticas de direita na Colômbia, como María Fernanda Cabal ou Marco Rubio, e mencionou que espera que as juventudes preservem o legado do poeta Pablo Neruda. Ele também manifestou que o fascismo não permanecerá no Chile pelos próximos 40 anos, afirmando que os tempos são diferentes.
Outros líderes latino-americanos adotaram posturas distintas. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva destacou a continuidade das relações bilaterais e regionais entre Brasil e Chile. A presidente do México, Cláudia Sheinbaum, parabenizou o povo chileno pela votação pacífica e desejou sucesso ao novo presidente.
Gabriel Boric, atual presidente do Chile e apoiador de Jeannette Jara do Partido Comunista, reconheceu a participação expressiva de mais de 13 milhões de eleitores e desejou sucesso a Kast, além de anunciar comunicação para a transição presidencial.
No espectro da direita e centro-direita, a vitória de Kast foi comemorada. Rodrigo Paz Pereira, recém-eleito na Bolívia pelo Partido Democrata Cristão, considerou o resultado uma mensagem clara em defesa da família, segurança e liberdade econômica. Javier Milei, líder do partido Liberdade Avança na Argentina, celebrou a derrota da esquerda.
Kast venceu as eleições presidenciais com 58,2% dos votos, superando Jeannette Jara, atual ministra do Trabalho. Em seu programa, ele propõe medidas para combater o crime organizado e controlar a migração, incluindo o fechamento de fronteiras para imigrantes sem documentação, criminalização da imigração irregular, construção de muros e expansão do sistema prisional, políticas similares aos governos de Donald Trump nos Estados Unidos e Nayib Bukele em El Salvador.
Créditos: Poder360