PF prende número 2 do INSS e faz buscas em senator e aliados por fraudes
Nesta quinta-feira (18), a Polícia Federal executou uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga desvios em aposentadorias do INSS. Essa etapa atingiu 24 pessoas com prisões preventivas, buscas, apreensões e imposição de tornozeleiras eletrônicas.
Entre os alvos estão um senador federal, a dona de uma agência de publicidade que trabalhou com campanhas do PT e ex-diretores do INSS suspeitos de envolvimento em fraudes durante o governo Bolsonaro.
As investigações, iniciadas com apreensões em abril envolvendo Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS e principal operador do grupo, apontam que os desvios podem chegar a R$ 6,3 bilhões, afetando muitos beneficiários idosos.
O senador Weverton Rocha (PDT-MA) teve mandados de busca e apreensão cumpridos. Segundo a PF, ele ocupava uma liderança política dentro da organização criminosa e recebeu recursos desviados por meio de intermediários, inclusive seus assessores. O Supremo Tribunal Federal autorizou as buscas, e o senador declarou confiar nas instituições e na ausência de provas contra ele. A prisão preventiva solicitada pela PF foi rejeitada pela Procuradoria-Geral da República.
Gustavo Marques Gaspar, conhecido como braço direito do senador Weverton, também é investigado e teve pedido de prisão preventiva.
Adroaldo da Cunha Portal, ex-assessor do senador e ex-secretário do Ministério da Previdência, foi afastado do cargo por decisão do STF e está em prisão domiciliar devido a necessidades especiais. A PF identificou movimentações financeiras suspeitas envolvendo ele e seu filho Eduardo, assessor do senador.
A empresária Roberta Moreira Luchsinger, dona da RL Consultoria e ligada a pagamentos feitos por empresas do Careca, foi alvo de busca, apreensão e teve tornozeleira eletrônica instalada. Ela é apontada como peça fundamental na ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro, conforme mensagens trocadas com o Careca.
Romeu Carvalho Antunes, filho do Careca, segue em prisão preventiva. Segundo a investigação, ele assumiu o controle do esquema após a divulgação das investigações, conduzindo negociações no exterior e ocultando bens.
Tiago Schettini Batista, outro preso preventivamente, tinha papel central na organização, participando da lavagem de dinheiro e de decisões estratégicas.
Eric Douglas Martins Fidelis, filho de um ex-diretor do INSS, também foi preso preventivamente; ele teria recebido propinas como honorários advocatícios.
Alexandre Guimarães, ex-diretor do INSS durante o governo Bolsonaro, é outro alvo com prisão preventiva decretada, sendo citado em mensagens como pessoa de confiança do Careca do INSS.
Danielle Miranda Fonteles, dona da agência Pepper, que atuou em campanhas do PT, é apontada como responsável por operações financeiras em Portugal para o esquema, envolvendo repasses de cerca de R$ 13,1 milhões e abertura de empresas suspeitas.
Esta fase da operação segue avançando na apuração de esquemas complexos de desvios de recursos públicos vinculados ao INSS, desvendando uma rede de atuação política e empresarial.
Créditos: g1