Internacional
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Plenária Final da COP30 Tem Conflitos e Críticas à Presidência Brasileira

A sessão final da COP30 foi marcada por reclamações relacionadas à condução dos trabalhos pela presidência brasileira. Países latinos, com maior destaque para a Colômbia, questionaram o processo, enquanto o Brasil recebeu apoio de nações como a Rússia, que acusou os países latinos de agirem como crianças.

A sessão iniciou por volta das 13h15 com o presidente do evento, André Corrêa do Lago, conduzindo a aprovação consecutiva dos textos sem interferências. Porém, ao abrir o espaço para posicionamentos, países latino-americanos contestaram pontos do que foi aprovado e expressaram sentir-se ignorados.

O Panamá manifestou insatisfação pela falta de detalhamento no texto final sobre indicadores de adaptação climática. A representante panamenha afirmou que o processo prometido como transparente não estava sendo seguido e destacou que os indicadores carecem de metadados ou metodologia, comprometendo o objetivo de adaptação.

O representante chileno reconheceu os esforços de Corrêa do Lago, mas demonstrou frustração com aspectos do texto final e questionou as decisões tomadas, destacando a integridade do processo como principal preocupação.

O maior descontentamento veio da Colômbia, cuja chefe de assessoria do Ministério do Meio Ambiente, Daniela Durán González, rejeitou a proposta do programa de mitigação por ausência da menção à necessidade da transição para o fim dos combustíveis fósseis. Ao reclamar, alertou que pode impedir a aprovação do documento por questões de consenso.

Nas redes sociais, o presidente colombiano Gustavo Petro também manifestou sua insatisfação, afirmando que o documento deveria deixar claro, conforme a ciência indica, que a crise climática é causada pelos combustíveis fósseis usados pelo capital.

Em meio à tensão, Corrêa do Lago interrompeu a sessão. Após dúvidas sobre os textos aprovados, a plenária foi retomada depois de uma hora. O presidente pediu desculpas por não perceber os pedidos de palavra e explicou que, consultado o secretariado, as decisões iniciais foram mantidas, com um acordo para aprofundar os temas em encontro intermediário em Bonn, Alemanha.

A Rússia expressou solidariedade ao presidente da COP e repreendeu os países latinos que reclamavam, alegando que eles estavam agindo como crianças ao buscar atenções excessivas. A delegação russa elogiou o esforço de Corrêa do Lago em conduzir o processo em direção a objetivos comuns.

A Argentina, representando os países latino-americanos descontentes, enfatizou que não se trata de uma atitude infantil, mas sim de uma representação legítima dos povos do continente.

A Índia também ofereceu apoio ao presidente da COP, destacando o esforço coletivo para alcançar consenso nas últimas semanas e ressaltando a importância do sucesso do multilateralismo.

Por fim, a Nigéria expressou que reconhece o desafio climático, mas advertiu que uma transição energética eficaz não pode ser imposta.

Esses acontecimentos mostraram as divergências e complexidades na condução da COP30, especialmente em relação ao equilíbrio entre as diferentes perspectivas dos países presentes.

Créditos: Folha de S.Paulo

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