Política
08:06

Presidente da Alerj é preso por suposto vazamento em operação contra crime organizado

A prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil), realizada na última quarta-feira, evidencia o grau de infiltração da criminalidade organizada no poder público fluminense, conforme destacado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela decisão.

Investigações da Polícia Federal indicam que Bacellar teria repassado dados sigilosos da operação que resultou na prisão, em setembro, do conhecido Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, que exerce dupla função como deputado estadual e figura ligada ao crime.

De acordo com a PF, a divulgação dessas informações teria prejudicado a investigação que buscava demonstrar ligações entre TH Joias e o Comando Vermelho (CV).

No entanto, a notícia apresenta uma imprecisão: Bacellar, por ser um deputado estadual e presidente da Alerj, não detém autoridade para acessar ou transmitir informações confidenciais de operações policiais em curso, especialmente aquelas voltadas ao combate da delinquência organizada.

Assim, ele não teria realizado o vazamento diretamente, mas sim repassado informações possivelmente obtidas por meio de um vazamento anterior, provavelmente proveniente de agentes do Poder Executivo estadual.

Além disso, há indícios de que o governador Cláudio Castro foi informado pelas autoridades policiais estaduais no dia anterior à operação que prendeu TH Joias.

Esse tipo de aviso é considerado grave, dado que agentes políticos não deveriam ser informados previamente sobre ações policiais ou inquéritos em andamento, principalmente quando envolvem conexões com o crime organizado e agentes públicos.

Informações sobre datas e alvos das operações devem ser limitadas a profissionais da persecução penal, como policiais, membros do Ministério Público e juízes, que têm a responsabilidade de manter o sigilo necessário.

Ressalta-se que não há atuação do crime organizado sem a presença da corrupção entre agentes políticos.

Para que o combate ao crime organizado no Rio de Janeiro tenha êxito, é essencial que as operações policiais e seus dados permaneçam rigorosamente compartimentados, ou que haja uma renovação na classe política do estado.

Créditos: Veja Abril

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