Política
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Prisão de Bacellar agrava situação de Cláudio Castro no TSE

Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) pelo União Brasil, foi preso, o que intensifica a crise política no estado e dificulta ainda mais a situação do governador Cláudio Castro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ambos são acusados de envolvimento em um esquema de fraude no Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj), relacionado à compra de votos. A denúncia contra eles foi feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

No julgamento do caso pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), a vitória de Bacellar e Castro foi por um voto de diferença. O tribunal reconheceu a existência do esquema de corrupção, mas considerou que ele não foi suficiente para alterar o resultado das eleições de 2022, em que Castro venceu o adversário Marcelo Freixo com uma margem superior a 2 milhões de votos.

A prisão de Bacellar piora a situação de Castro, que já enfrenta previsão de cassação no TSE para ambos.

Nos bastidores políticos, comenta-se que essa ameaça de cassação motivou a recente reaproximação entre os dois. Existia um plano para nomeá-los ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), uma tentativa de evitar os desdobramentos judiciais na Justiça Eleitoral.

Antes da crise, Bacellar era o nome indicado por Castro para sua sucessão, mas um desentendimento durante uma viagem do governador provocou um rompimento. Naquele período, Bacellar assumiu interinamente o governo e demitiu Washington Reis, secretário de Transportes e também candidato à sucessão.

Outro motivo para a ruptura foi a ameaça feita por Bacellar de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um esquema de propina na compra de refeições para presos, comissão que nunca chegou a ser criada.

Bacellar teve crescimento rápido na política fluminense, consolidado ao ser nomeado relator do processo de impeachment do ex-governador Wilson Witzel (PMB), ação que resultou na saída de Witzel e na ascensão definitiva de Cláudio Castro ao governo como vice.

A prisão de Bacellar foi realizada pela Polícia Federal (PF) na Operação Unha e Carne, a partir de um mandado do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A PF investiga Bacellar por suspeita de vazamento de informações confidenciais da Operação Zargun, deflagrada em setembro e que prendeu o ex-deputado estadual TH Joias (MDB). No dia 2 de setembro, véspera da operação, Bacellar teria telefonado para TH Joias para avisar sobre os mandados e orientá-lo a destruir provas, incluindo organização de mudança logística.

Bacellar permanece na Superintendência da PF, e durante sua prisão foram apreendidos cerca de R$ 90 mil em seu carro. O ministro Alexandre de Moraes destacou a existência de fortes indícios de participação de Bacellar em organização criminosa e determinou seu afastamento da presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Créditos: G1

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