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Procon multa Enel em mais de R$ 77 milhões desde 2019 por apagões em SP

Cerca de 700 mil imóveis continuam sem energia na Grande São Paulo. Moradores ainda não têm previsão para o restabelecimento do fornecimento.

Em um prédio, toda a comida do mercadinho descongelou e precisou ser descartada. Além disso, os moradores estão sem água desde quinta-feira (11), pois a bomba não está funcionando.

Já são três dias de apagão, causando prejuízos e muitas ligações de reclamação registradas. Durante uma fraca chuva, o número de clientes sem luz na região subiu de 630 mil para 730 mil em apenas uma hora.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, defendeu uma intervenção na concessionária Enel. O Ministério Público e a Defensoria Pública acionaram a Enel para que a energia seja restabelecida imediatamente. Caso não haja cumprimento, o MP solicita multa de R$ 200 mil por hora.

Nos últimos três anos, o Procon de São Paulo vem repetidamente notificando e multando a Enel. Desde 2019, a empresa já foi multada oito vezes, totalizando mais de R$ 77 milhões. Entretanto, a concessionária tem recorrido à Justiça e ainda não efetuou nenhum pagamento.

A Enel, multinacional italiana que assumiu a distribuição de energia na capital e em 23 municípios da Região Metropolitana em 2018, monitoram a situação da rede em seu centro de operações. Engenheiros e técnicos acompanham o trabalho das equipes em campo e decidem sobre autorizações para as religação.

Quarenta equipes vindas do Rio e do Ceará estão chegando entre hoje e amanhã para reforçar as 1,6 mil equipes que atuam em três turnos. A prefeitura considera esse número insuficiente.

O investimento da empresa no Brasil é muito inferior ao aplicado na Europa: R$ 10,4 bilhões aqui, contra R$ 96 bilhões na Itália. O tempo médio de falta de energia é de 462 minutos no país, enquanto na Itália é de 48 minutos, conforme relatório da Enel.

A concessionária prometeu priorizar o restabelecimento para clientes que estão há mais tempo sem energia e prevê religação até o fim de semana.

O representante da Enel, Guilherme Lencastre, afirmou que clientes sem energia há mais de 24 horas terão prioridade máxima, mas o tempo de religação varia conforme a complexidade do caso.

Até o momento, o Ministério das Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica não se pronunciaram sobre a declaração do prefeito sobre intervenção na Enel.

Créditos: g1 Globo

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