Quatro dos cinco senadores do PSB votam a favor de reduzir penas ligadas ao 8 de Janeiro
Quatro dos cinco senadores do PSB votaram favoravelmente ao projeto que reduz as penas de condenados referentes ao 8 de Janeiro, beneficiando o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa postura difere da adotada pela bancada da Câmara, onde apenas um dos treze deputados do partido apoiou a medida.
Os senadores que votaram a favor foram Cid Gomes (CE), Chico Rodrigues (RR), Flávio Arns (PR) e Jorge Kajuru (GO).
Cid Gomes declarou ao Painel que votou segundo sua consciência e criticou o clima de polarização que enquadra as votações como bem contra o mal. Ele afirmou que acredita que houve exageros causados pela aplicação de uma lei nova ainda não utilizada pelo Judiciário. Como exemplo, citou apoiadores de Bolsonaro que participaram do evento de 8 de Janeiro e receberam sentenças altas, opinião que ele considera não razoável. Por outro lado, ressaltou que isso não se aplica a quem liderou, financiou ou planejou o ato.
Cid Gomes também apontou que o maniqueísmo do debate prejudica o Brasil, defendendo que o país precisa superar as polarizações extremas.
A única senadora do PSB que votou contra foi Ana Paula Lobato, presidente do partido no Maranhão e ex-suplente do ministro Flávio Dino (STF). Ela respeitou os colegas, mas criticou o projeto pela alteração nas regras de cálculo das penas que valeriam para todo o sistema penal, podendo beneficiar também pessoas condenadas por crimes graves. Segundo ela, a redução das penas enfraquece o combate à criminalidade e sinaliza que crimes graves podem ter consequências menores.
Na Câmara, o deputado Jonas Donizette (SP), possível próximo líder do PSB na Casa, apoiou o projeto. Já o atual líder, Pedro Campos (PE), foi um dos autores de um mandado de segurança para tentar suspender a tramitação depois da aprovação no Senado de uma emenda que, para os governistas, alterou o mérito da proposta.
Essa estratégia buscou impedir que o projeto voltasse para análise na Câmara, enviando-o diretamente para sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Créditos: Folha de S.Paulo