Rede de aliados no STF e Senado movimenta aprovação de Jorge Messias
A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF) tem gerado movimentações entre aliados numa campanha curta até a sabatina marcada para 10 de dezembro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A nomeação tem causado tensão entre o governo e o Legislativo, com dúvidas sobre a aprovação.
O presidente Lula (PT) enfrenta resistência, especialmente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que discorda da indicação de Messias. Alcolumbre defendia o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga, mas Lula optou por Messias, o que provocou desgaste na relação entre Executivo e Senado.
Para ser aprovado no plenário do Senado, que tem 81 membros, Messias precisa de pelo menos 41 votos.
No STF, os ministros evitam comentar publicamente, com exceção do decano Gilmar Mendes, que já elogiou o indicado. Entre os ministros, André Mendonça é um dos mais ativos na mobilização pelo apoio à indicação, realizando contatos com senadores da base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da bancada evangélica.
Outro ministro que defende a aprovação é Nunes Marques. Ele tem oferecido apoio e feito análises sobre o cenário, motivado principalmente por afinidades religiosas, já que Messias é evangélico da Igreja Batista, compartilhando valores com esses ministros.
No Senado, o principal defensor da indicação é o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), que discutiu com Lula os pontos sensíveis para a aprovação na CCJ, considerada a fase mais tranquila do processo.
Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação na CCJ, declarou que não existe resistência e garantiu que Messias cumpre todos os requisitos para aprovação, confirmando parecer favorável. Rocha é aliado de Alcolumbre e mantém bom relacionamento com a maioria dos senadores.
O partido Republicanos também apoia Messias. O líder da sigla no Senado, Mecias de Jesus (RR), evangélico, destacou que o indicado defende valores importantes como a família e princípios cristãos.
Além disso, senadores como Eliziane Gama (MA) e Omar Aziz (AM), ambos do PSD, têm sido contatados para ampliar o apoio. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, orienta seus parlamentares a votar favoravelmente, o que é considerado importante no Planalto, já que a sigla tem influência sobre indecisos.
Apesar disso, a aprovação da indicação ainda é vista como desafiadora. É esperado que os votos na CCJ sejam suficientes, mas a votação no plenário tende a ser mais difícil. Atualmente, Lula tem adiado o envio formal da mensagem presidencial ao Senado, o que pode atrasar a análise do nome.
Créditos: CartaCapital