Saúde
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Restaurante de BH suspende venda de bebidas após casos de intoxicação por metanol

O restaurante Capitão Leitão, situado no Bairro Lourdes, em Belo Horizonte, informou nesta sexta-feira (3/10) que suspendeu preventivamente a venda de vodka, gin e whisky. A decisão foi tomada após relatos de intoxicação causada por bebidas contaminadas com metanol em diversas regiões do país.

O estabelecimento declarou que todos os insumos e bebidas alcoólicas são adquiridos por meio de fornecedores e distribuidores oficiais, com nota fiscal e selo de autenticidade. A suspensão permanecerá até que a Vigilância Sanitária emita todas as normas e orientações necessárias.

Até o momento do fechamento desta edição, Minas Gerais não tinha registros de intoxicação por metanol. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), não há casos suspeitos notificados, mas orientações foram enviadas às regionais para a vigilância e notificação imediata de possíveis suspeitas.

O Ministério da Saúde comunicou que, até sexta-feira, cinco estados e o Distrito Federal registraram 113 notificações relacionadas a suspeitas de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Destes, 11 casos foram confirmados laboratorialmente, enquanto 102 permanecem em investigação. Entre os registros, consta uma morte confirmada em São Paulo pela intoxicação, além de outras 11 mortes em análise.

O boletim do ministério incluiu pela primeira vez suspeitas na Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul. No balanço anterior, divulgado em 2 de outubro, as notificações estavam concentradas em São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco.

De todas as notificações, 101 são de São Paulo (11 confirmados e 90 em investigação). Pernambuco tem seis casos em análise, Bahia e Distrito Federal dois cada, e Paraná e Mato Grosso do Sul, um caso cada.

Dentre as 113 notificações, 12 óbitos são contabilizados – um confirmado em São Paulo e 11 sob investigação (oito em São Paulo, um em Pernambuco, um na Bahia e um em Mato Grosso do Sul), conforme detalha o Ministério da Saúde.

Na sexta-feira, a Polícia Federal realizou uma nova fase de fiscalizações em fábricas de bebidas nas cidades de Poços de Caldas (MG), Campinas (SP), Chapecó (SC) e Joinville (SC). Foram coletadas amostras para análise químico-sanitária.

Essas ações visam identificar se os insumos usados estão em conformidade, detectar a presença de substâncias proibidas ou em concentrações ilegais, além de avaliar a rastreabilidade dos lotes e a responsabilidade pela fabricação e manipulação das bebidas.

O governo federal anunciou que hospitais universitários adquirirão imediatamente 4.300 ampolas de etanol farmacêutico, que tem sido utilizado no tratamento dos casos. Está em preparo também a compra de 5.000 tratamentos para intoxicações, com cerca de 30 ampolas por tratamento.

Além disso, o Ministério da Saúde busca importar e receber doações do fomepizol, um antídoto para intoxicação por metanol. O medicamento ainda não possui registro da Anvisa para comercialização no Brasil.

Créditos: Estado de Minas

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