Ricardo Nunes afirma que prisão de Bolsonaro era esperada e deve ser respeitada
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), declarou nesta segunda-feira (24) que a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, já estava definida há muito tempo e deve ser respeitada.
Criticando, Nunes afirmou que a condenação de Bolsonaro foi decidida antes do encerramento do julgamento da trama golpista, que em setembro resultou em uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão.
“A decisão já estava tomada há muito tempo, até antes do julgamento. Todos sabem disso. Já era sabido o que iria acontecer”, afirmou o prefeito.
Porém, ressaltou que a determinação do ministro precisa ser observada, pois “estamos num país democrático que respeita as instituições”.
“É uma decisão tomada e deve ser respeitada. Vivemos em uma democracia que respeita as instituições, mas obviamente já estava decidida”, completou.
Nunes também comentou sobre a justificativa da defesa de Bolsonaro para a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica, atribuindo o fato a um quadro de confusão mental provocado por interação indevida de medicamentos.
“Ele já estava preso, com a polícia na porta de sua casa, mesmo usando tornozeleira. Imagino que passar por isso seja emocionalmente muito difícil”, disse o prefeito.
O ex-presidente foi preso preventivamente no último sábado (22), em sua residência na capital federal, e permanece sob custódia em uma sala de Estado Maior na superintendência da Polícia Federal, ambiente equipado com cama, ar-condicionado, frigobar e televisão.
A violação da tornozeleira eletrônica e a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) influenciaram a decisão, já que indicavam um planejamento de fuga, segundo Moraes.
A defesa declarou que a violação foi consequência de “confusão mental” causada por medicamentos para soluços.
Na audiência de custódia, Bolsonaro afirmou que tentou apenas abrir a tampa do dispositivo, acreditando que havia uma escuta instalada, negando intenção de fuga. Os advogados destacam que o vídeo da Seape mostra sua fala arrastada e comportamento ilógico, não compatíveis com tentativa de fuga.
Além disso, afirmam que, mesmo se o equipamento parasse de funcionar, Bolsonaro não poderia sair de casa, que é monitorada por policiais federais e está dentro de um condomínio fechado.
Créditos: CNN Brasil