Rússia sinaliza possível rejeição ao plano de paz de Trump para Ucrânia
O governo russo indicou nesta terça-feira (25) uma possível rejeição ao plano de paz para a Ucrânia proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após mudanças nas diretrizes.
De acordo com o Kremlin, a proposta pode ser recusada caso não cumpra as exigências consideradas “de longa data” por Moscou.
O plano original, composto por 28 pontos, visava a estabilização da situação na Ucrânia, mas recebeu críticas de Kiev e de líderes europeus que o interpretaram como uma rendição ucraniana.
Após negociações com autoridades ucranianas e europeias em Genebra, Suíça, a proposta foi revisada e atualmente contempla 19 objetivos.
Nesta terça, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que o governo recebeu bem a primeira versão da proposta, porém, caso o “novo” plano pretenda eliminar “entendimentos-chave” que a Rússia acredita terem sido firmados na cúpula de agosto, no Alasca, entre Trump e Vladimir Putin, a situação poderá mudar radicalmente.
Lavrov declarou: “Após Anchorage [Alasca], acreditávamos que esses entendimentos haviam sido formalizados. Houve uma longa pausa e agora essa pausa foi quebrada com a apresentação deste documento. Claro que várias questões precisam ser esclarecidas.”
A proposta original de Trump incluía a concessão de partes do território ucraniano à Rússia, além da garantia de que a Ucrânia não ingressaria na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), reivindicações rejeitadas há muito por Kiev.
No encontro de agosto, Trump também mencionou que os EUA poderiam reconhecer a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, como parte do território russo, e pressionou para que a Ucrânia retirasse tropas das linhas de frente na região de Donbas, caso Moscou cessasse as hostilidades.
Paralelamente, o secretário do Exército dos EUA, Dan Driscoll, está em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, para negociações adicionais com Rússia e Ucrânia.
As conversas com os russos começaram na noite anterior, e novas rodadas estão agendadas para esta terça, incluindo encontros com Kyrylo Budanov, chefe da Diretoria Principal de Inteligência do ministério da Defesa da Ucrânia (GUR).
Créditos: Valor