Secretaria da Saúde alerta sobre intoxicação por metanol e monitora situação no Paraná
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está em alerta para casos de intoxicação por metanol. Recentemente, a pasta emitiu um comunicado às Regionais de Saúde de São Paulo para monitoramento e solicitação de alerta compulsório. Na capital paulista, cinco mortes estão sob investigação, além de 22 casos suspeitos, todos relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas clandestinas ou falsificadas.
No Paraná, não há registros de casos semelhantes neste ano. Foram registrados apenas três casos de intoxicação por metanol em pacientes que ingeriram a substância por conta própria. A intoxicação por metanol é uma emergência médica grave que pode causar a morte ou cegueira permanente. Todos os casos suspeitos são notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde e comunicados imediatamente à Vigilância Municipal em Saúde.
O alerta ocorre após o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informar que a rede de distribuição dessa substância pode atuar em outros estados além de São Paulo, situação que está sendo investigada pela Polícia Federal.
O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, reforça que, diante de qualquer suspeita, a pessoa deve procurar urgentemente um serviço de saúde. Ele aconselha que, ao sentir sintomas que possam indicar intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica, o atendimento médico deve ser buscado imediatamente para orientação e possível acionamento do CIATOx.
O Paraná possui o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), que apoia profissionais de saúde no atendimento. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone 0800 0410 148 na região de Curitiba, (43) 3371-2244 em Londrina, (44) 3011-9127 em Maringá e (45) 3321-5261 em Cascavel.
O estado também está estudando a aquisição de ampolas do antídoto contra intoxicação por metanol nos próximos dias.
Os sintomas da intoxicação por metanol dividem-se em duas fases: até 6 horas após a ingestão, aparecem sonolência, dificuldade motora e para andar, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia, confusão mental, taquicardia e hipotensão. Entre 6 e 24 horas após o consumo, surgem visão turva, fotofobia, dilatação das pupilas, perda da percepção das cores, convulsões e coma.
A Vigilância Sanitária do Paraná destaca que a segurança no consumo de bebidas alcoólicas depende da procedência comercial. É fundamental que os estabelecimentos possuam licença sanitária, mantenham condições higiênicas adequadas e sigam boas práticas de manipulação. As bebidas devem estar lacradas, dentro do prazo de validade e adquiridas de fornecedores confiáveis, sempre com nota fiscal comprovando a origem.
Essas medidas garantem produtos seguros e minimizam riscos ligados ao consumo de bebidas adulteradas ou falsificadas.
Algumas recomendações são: adquirir bebidas apenas em locais confiáveis; desconfiar de preços muito baixos; observar se a bebida apresenta partículas ou impurezas; verificar se o lacre está intacto; desconfiar de rótulos mal aplicados ou com erros; conferir o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); e, para destilados, observar o selo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) próximo à tampa.
O metanol é um álcool industrial tóxico utilizado na indústria química para produção de solventes, plásticos, resinas e produtos farmacêuticos. É um líquido incolor, com odor semelhante ao álcool comum, o que impossibilita sua identificação a olho nu ou por testes caseiros. Não existe volume seguro para seu consumo, sendo letal mesmo em pequenas quantidades.
Créditos: Saúde PR