Senado deve rejeitar PEC da Blindagem após manifestações em capitais
O Senado pode rejeitar ainda esta semana a PEC da Blindagem, que dificultaria a prisão e a abertura de processos contra parlamentares. A votação ocorrerá em meio ao impacto das manifestações promovidas pela esquerda no último domingo, que reuniram milhares de pessoas nas capitais e demais cidades brasileiras.
Os protestos, organizados por movimentos sociais e artistas, mobilizaram mais de 80 mil pessoas na Avenida Paulista e em Copacabana, um público comparável ao dos atos de 7 de setembro, que defendiam a anistia para os considerados golpistas.
A mobilização focou principalmente parlamentares do Centrão aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara, Hugo Motta. Em São Paulo, os manifestantes estenderam uma grande bandeira do Brasil na Avenida Paulista, em contraste com o ato bolsonarista, que priorizou a bandeira dos Estados Unidos.
Na capital paulista, o ato contou com cerca de 42 mil pessoas conforme monitoramento da USP, além de discursos de figuras políticas como Guilherme Boulos e Erika Hilton, do PSOL.
No Rio de Janeiro, a manifestação na Praia de Copacabana, marcada por críticas ao Congresso Nacional, foi liderada por artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e Djavan. Com mais de 41 mil participantes segundo a USP, o evento foi descrito como “ato musical” e evitou a presença de políticos no trio elétrico.
Em Salvador, o ato contra a PEC da Blindagem e a proposta de anistia foi conduzido por artistas como a cantora Daniela Mercury e o ator Wagner Moura.
Nas redes sociais, o presidente Lula destacou que as manifestações evidenciam o desejo da população contra a impunidade e anistia. Em suas mensagens, Lula cobrou do Congresso a aprovação de medidas beneficentes para o povo, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
A votação da PEC da Blindagem está prevista para quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Seu presidente, Otto Alencar, declarou que o relator Alessandro Vieira deve recomendar a rejeição do texto, o que deve resultar na eliminação da proposta.
Ainda na quarta, o relator do projeto de anistia, Paulinho da Força, deve apresentar um parecer que prioriza a redução de penas em vez do perdão total. Para buscar consenso, ele se reunirá com líderes do PT, do PL e do Centrão.
Paulinho afirmou que as manifestações de domingo não alterarão seu posicionamento. Ele não acompanhou as manifestações e questionou sua amplitude. Já aliados de Bolsonaro afirmam que não aceitam dosimetria das penas e defendem anistia ampla, geral e irrestrita.
Créditos: CBN Globo