Senado dos EUA aprova acordo que encerra shutdown e habilita votação orçamentária
Na noite anterior, senadores dos Estados Unidos firmaram um acordo que permite a votação do orçamento do governo federal a partir de hoje. O objetivo é pôr fim à paralisação governamental que já dura um recorde de 40 dias.
Governistas e oposição concordaram em destinar fundos ao governo até janeiro de 2026, superando impasses sobre assistência médica, benefícios alimentares e demissões de servidores. A votação do pacote de medidas começa hoje no Congresso.
O Senado aprovou o acordo com 60 votos favoráveis e 40 contrários, abrindo caminho para o início da tramitação do orçamento provisório. Após aprovação no plenário do Senado, as propostas seguem para a Câmara dos Deputados e, se aprovadas, serão sancionadas pelo presidente Donald Trump.
A proposta inclui o financiamento do governo federal até janeiro, com três projetos extras para agricultura, gastos militares e despesas legislativas para 2026. Além disso, prevê a reversão das demissões durante o shutdown, com pagamento retroativo aos servidores afastados.
O acordo gera expectativa de retorno à normalidade, já que centenas de milhares de funcionários foram suspensos ou trabalham sem receber desde 1º de outubro. Trump declarou que está próximo o fim do fechamento.
O financiamento do Programa Federal de Assistência Nutricional Suplementar (Snap) será retomado, beneficiando mais de 42 milhões de americanos. Também será revertida a demissão de milhares de servidores federais e votada a extensão do auxílio médico que termina no fim do ano.
O senador democrata Tim Kaine destacou que o acordo protege servidores contra demissões injustificadas e garantirá salários retroativos. Por outro lado, Chuck Schumer lamentou que a prorrogação da assistência médica seja objeto de votação e afirmou que a luta continuará.
Com a proximidade do Dia de Ação de Graças, o secretário dos Transportes Sean Duffy alertou sobre os riscos de um prolongamento do shutdown, especialmente para o comércio na temporada de Natal.
Neste domingo, foram cancelados mais de 2.700 voos nos EUA, com 10.000 atrasos. Principais aeroportos como Newark, LaGuardia, O’Hare e Hartsfield-Jackson foram afetados.
A FAA, órgão regulador da aviação civil, reduziu as operações em 4% nos 40 principais aeroportos devido à falta de cerca de 3,5 mil controladores por dia, resultado de 13 mil profissionais sem pagamento. Sem o fim do shutdown, a restrição aumentará para 6% amanhã, 8% no dia 13 e 10% em 14 de novembro.
Nesta segunda-feira, já há 1,5 mil decolagens canceladas, entre 23,9 mil previstas, conforme a Airlines for America, que representa as companhias aéreas nos EUA.
*Com agências internacionais
Créditos: UOL Economia