Senado dos EUA aprova bloqueio parcial de tarifas sobre produtos brasileiros
Na terça-feira, 28, o Senado dos Estados Unidos aprovou, por 52 votos a 48, uma medida que bloqueia a maior parte das tarifas aplicadas sobre produtos do Brasil, baseando-se na ilegalidade da motivação para tais sobretaxas. Cinco congressistas republicanos, alinhados ao presidente Donald Trump, votaram a favor.
No entanto, a aprovação no Senado não significa a suspensão imediata dessas tarifas, pois a proposta ainda precisa ser analisada pela Câmara dos Representantes, onde aliados de Trump impediram até a votação de projetos que contestem as tarifas, o que provavelmente fará com que a resolução nem seja discutida naquela Casa.
O senador Tim Kaine, autor do projeto, esclareceu que as votações têm um caráter simbólico, com o objetivo de expressar insatisfação em relação à política tarifária adotada pelo governo e fomentar o debate sobre o impacto econômico negativo dessas medidas.
O texto aprovado questiona a base legal das tarifas adicionais de 40% que foram aplicadas em julho pelos Estados Unidos ao Brasil, solicitando o cancelamento imediato delas. Essas sobretaxas se somam às tarifas de 10% já em vigor desde abril.
As medidas foram impostas por Trump como retaliação ao avanço das investigações relacionadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) por sua suposta participação em trama golpista. Além das tarifas, o pacote previu o cancelamento de vistos para autoridades brasileiras e punição ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, respaldadas pela Lei Magnitsky.
Esse momento coincide com uma retomada do diálogo entre Brasil e Estados Unidos. No domingo, 26, o presidente Lula (PT) se reuniu com Trump na Malásia por aproximadamente 45 minutos, marcando o início de um novo capítulo nas negociações e aumentando a expectativa do setor industrial quanto à redução das tarifas.
Durante o encontro, ambos decidiram iniciar um processo de negociação bilateral. No dia seguinte, representantes dos dois países realizaram a primeira reunião para discutir soluções para o conflito comercial iniciado pelos EUA.
Créditos: CartaCapital