Sete erros comuns em bebidas falsificadas e como identificá-los
A Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro (Sedcon-RJ) e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) divulgaram nesta sexta-feira (3) uma cartilha que aponta os sete erros mais frequentes na falsificação de bebidas. O objetivo é ajudar consumidores a evitarem intoxicações, como as recentes causadas por metanol.
O primeiro erro indicado está nas tampas das embalagens. Lacres mal feitos, borrados, amassados ou com vazamentos são indícios de falsificação. Conforme o guia, produtos originais possuem tampas bem acabadas, logomarcas claras e selos oficiais quando exigidos.
O segundo erro refere-se ao líquido. Garrafas da mesma marca devem apresentar sempre o mesmo nível de enchimento e aparência limpa. A existência de partículas ou coloração estranha pode indicar adulteração.
O terceiro erro consiste nos rótulos. Impressões borradas, erros de grafia, contrarrótulos sem texto em português ou ausência de registro no Ministério da Agricultura são evidências claras de fraude.
O quarto erro está na garrafa. Falsificadores frequentemente reutilizam recipientes descartados, que podem apresentar arranhões, marcas de uso ou rachaduras. Já as bebidas originais utilizam vidro de qualidade e sem sinais de desgaste.
O quinto erro é o preço. Ofertas muito abaixo do valor normal no mercado atraem para o consumo de bebidas falsas, que não garantem procedência e podem representar riscos à saúde.
O sexto erro é a aparência geral do produto. Bebidas falsificadas costumam apresentar tampas amassadas, vedação inadequada, vidro danificado ou líquido com aparência suspeita. A qualidade do produto legítimo é padronizada e confiável.
O sétimo erro refere-se ao local de compra. Negócios de reputação duvidosa ou vendedores informais são responsáveis por grande parte das fraudes, sendo recomendada a preferência por locais seguros e conhecidos.
Os principais sinais de intoxicação pelo consumo dessas bebidas aparecem entre seis e doze horas após a ingestão. Mariana de Moura Pereira, especialista em análises clínicas e pesquisadora do Laboratório de Toxicologia da USP, explica que nem todos apresentam sintomas imediatamente. O quadro inicial inclui desconforto abdominal, seguido por confusão, sonolência, dor de cabeça e dificuldade para respirar. Em casos mais graves, pode haver hemorragia cerebral.
Os sintomas variam conforme peso corporal e metabolismo, já que o metanol é metabolizado em ácido fórmico, uma substância muito tóxica que eleva a acidez sanguínea e compromete células. Não existe dose segura; qualquer quantidade pode causar graves complicações.
A intoxicação difere da ressaca comum por apresentar, além de dor de cabeça e náusea, dor abdominal intensa e visão borrada. Diante de suspeita, é essencial buscar atendimento médico com urgência.
Também é recomendada a comunicação às autoridades competentes, como o Disque-Intoxicação (0800 722 6001 da Anvisa), a Vigilância Sanitária local, a Polícia Civil e o Procon, órgão de defesa do consumidor.
Créditos: UOL