Política
19:06

Sóstenes anuncia denúncia internacional contra Moraes após prisão de Bolsonaro

Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados, afirmou que o partido deve iniciar sua reação à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com denúncias contra o ministro Alexandre de Moraes em todas as embaixadas em Brasília. A declaração foi dada nesta segunda-feira (24) em entrevista à CNN Brasil.

Segundo Sóstenes, o movimento é o começo para expor a perseguição política e religiosa praticada por Moraes. Ele destacou a necessidade de levar as denúncias a organismos internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU). Sóstenes declarou que o ministro representa, para ele, um “psicopata em alto grau” e que os desrespeitos constitucionais vêm ameaçando a democracia brasileira.

O deputado disse que a prisão preventiva de Bolsonaro era previsível, mas classificou como lamentável que tenha ocorrido em razão da convocação de uma vigília de oração. Ele defendeu que a decisão não foi motivada pela violação da tornozeleira eletrônica, mas principalmente pela vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Sóstenes explicou que, nas 17 páginas do despacho de Moraes, em 14 delas o ministro trata da vigília, enquanto a tornozeleira é citada apenas de forma breve e secundária.

Sóstenes classificou essa justificativa da tornozeleira como não verdadeira e reafirmou que a atuação de Moraes configura uma perseguição religiosa, citando o precedente do pastor Silas Malafaia, que teve seu passaporte e cadernos apreendidos.

O líder do PL explicou que, apesar de já anunciar a estratégia, os parlamentares ouvirão a assessoria jurídica do partido para avaliar os próximos passos políticos e jurídicos.

Sobre o projeto de anistia para Bolsonaro, aliados e envolvidos no 8 de janeiro, Sóstenes afirmou que essa tem sido sua única pauta desde a eleição do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Ele ressaltou que tem solicitado a Motta que coloque a anistia na pauta desde fevereiro.

Também criticou o ex-presidente Michel Temer (MDB) pela confusão acerca do termo “dosimetria”, explicando que o termo correto é redução de penas, e atribuiu o equívoco a um erro de nomenclatura do próprio Temer.

Sóstenes se mostrou convicto na aprovação do projeto, destacando que a urgência foi aprovada facilmente e que, caso pautada, poderia obter mais de 290 votos, incluindo a possibilidade de um destaque que restauraria a anistia em sua forma original.

Reafirmando sua avaliação sobre Alexandre de Moraes, Sóstenes declarou que a pressão que Moraes exerce sobre líderes políticos impede a pauta da anistia, pois o ministro sabe que a aprovação seria certa caso o tema fosse votado.

Quanto à prisão preventiva, Jair Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A repercussão reacendeu o debate sobre anistia, e Sóstenes disse não poder responder pelo vice-presidente Altineu Côrtes (PL-RJ), mas acredita que, se o presidente da Câmara estiver ausente, Altineu pautará a anistia.

Sobre a indicação de Jorge Messias, advogado-geral da União, para o Supremo Tribunal Federal, Sóstenes declarou que, embora Messias seja evangélico, o considera mais um político do PT do que um representante da fé, citando como exemplo um parecer de Messias favorável ao aborto, que, segundo ele, contraria princípios evangélicos.

Sóstenes revelou possuir o documento assinado por Messias e declarou sua intenção de expô-lo em suas redes sociais, reforçando sua convicção de que Messias se identifica mais com o PT do que com o segmento religioso.

Créditos: Gazeta do Povo

Modo Noturno