Tensão entre EUA e Colômbia cresce com acusações de tráfico de Trump
A tensão entre os Estados Unidos e a América Latina aumentou significativamente após o presidente Donald Trump fazer graves acusações contra o presidente colombiano Gustavo Petro, classificando-o como líder do tráfico de drogas.
Trump anunciou o corte total da ajuda financeira aos Estados Unidos para a Colômbia, principal aliado histórico do país na região, e acusou Petro de incentivar a produção massiva de drogas e de não agir contra organizações criminosas apesar dos recursos enviados por Washington. Em um tom forte, Trump afirmou que, caso Petro não feche os campos de cultivo de drogas, os EUA o farão, avisando que não será de forma pacífica.
O ministro do Interior colombiano, Armando Benedetti, reagiu dizendo que as declarações de Trump equivalem a uma ameaça de invasão ou ação militar contra a Colômbia. O Ministério das Relações Exteriores colombiano convocou o embaixador em Washington para tratar da crise.
Os Estados Unidos reforçaram sua presença militar no Caribe com as maiores forças desde a invasão do Panamá em 1989, afirmando que as operações visam o combate ao narcotráfico. Sete embarcações foram afundadas e 32 pessoas ligadas a grupos criminosos foram mortas. Washington classificou essas organizações como terroristas e o presidente americano autorizou ações da CIA contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
Especialistas e analistas apontam que a postura dos EUA configura uma “Doutrina Monroe 2.0”, que prioriza o controle da América Latina para conter a influência da China e combater organizações criminosas, com aumento do uso da força militar e medidas econômicas.
A Colômbia, aliada estratégica desde 2000, já recebeu cerca de US$ 14 bilhões em ajuda externa dos EUA, com cooperação militar profunda. Contudo, a relação se deteriorou com o governo Petro, que rejeita a intervenção americana e tem acusado os EUA de pressionarem militarmente Venezuela e colômbianos.
Petro criticou a ação americana no Caribe, denunciando mortes de civis em operações contra o tráfico, incluindo a morte de um pescador colombiano.
Washington foca na luta contra cartéis como o Cartel de los Soles e gangues venezuelanas equiparadas a organizações terroristas, mas opositores questionam a eficácia da estratégia militar, visto que as rotas principais de tráfico estariam no Pacífico.
Especialistas alertam que os EUA estão ultrapassando limites do direito internacional e buscam uma mudança de regime na Venezuela. A crise marca uma nova fase nas relações entre os dois países, com o aumento da tensão diplomática e militar na região.
Créditos: O Globo