Tiroteio em Praia de Sydney deixa 15 mortos em ataque terrorista antissemitista
Um tiroteio na Praia de Bondi, uma das mais frequentadas de Sydney, Austrália, resultou em 15 mortos, incluindo um dos atiradores, enquanto o outro foi preso. Cerca de 40 pessoas, entre elas dois policiais, ficaram feridas e estão hospitalizadas, várias em estado grave.
O ataque ocorreu por volta das 18h30 (4h30 no horário de Brasília) do domingo, 14 de dezembro, primeiro dia da festa judaica de Hanukkah, que estava sendo comemorada na praia e em um parque próximo. As autoridades australianas classificam o incidente como um ataque terrorista motivado por antissemitismo.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram dois agressores vestidos de preto e cenas de pânico na praia, com pessoas fugindo e vítimas sendo atendidas no chão por paramédicos.
Dispositivos explosivos improvisados foram encontrados em um carro estacionado próximo ao local do ataque e removidos pela equipe antibombas. O veículo pertencia ou estava sendo utilizado por um dos atiradores, confirmou o comissário de polícia do estado de Nova Gales do Sul, Mal Lanyon.
A polícia informou que os suspeitos são pai e filho. O pai, de 50 anos, com licença para armas, morreu em confronto com as autoridades. O filho, de 24, foi detido com ferimentos graves, mas seu estado é estável. Duas outras pessoas, um homem e uma mulher, foram presas em Bonnyrigg, um subúrbio de Sydney, por suspeita de envolvimento no ataque.
A primeira vítima identificada foi o rabino Eli Schlanger, um dos organizadores das festividades de Hanukkah na praia. Ele atuava como rabino-assistente na Chabad de Bondi há 18 anos e era capelão da comunidade local, conforme reportado pelo Sydney Morning Herald.
As vítimas têm idades que variam de 10 a 87 anos; a mais jovem, uma menina, faleceu no hospital. O Itamaraty informou que até o momento não há notícias de brasileiros entre os atingidos.
Um vídeo do ataque mostra um homem detendo um dos terroristas e recuperando um rifle durante o tiroteio, enquanto as forças policiais chegavam ao local. Segundo o Sydney Morning Herald, esse homem, Ahmed el Ahmed, tem 43 anos, é dono de uma frutaria e pai de dois filhos. Ele estava na praia quando o tiroteio começou e foi ferido no braço e na mão, permanecendo hospitalizado.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, inicialmente divulgou uma nota sem mencionar que o ataque ocorreu durante uma festa judaica. Posteriormente, ele declarou que o episódio foi “um ataque direto aos judeus australianos em um dia de alegria e celebração de fé”, qualificando o ato como “terrorismo movido por perverso antissemitismo, que atingiu o coração do país”.
O governo australiano já havia alertado em janeiro sobre o aumento da violência contra a comunidade judaica no país desde o início da ofensiva israelense contra o Hamas em Gaza, iniciada em resposta ao atentado ocorrido em 7 de outubro de 2023. A comunidade judaica corresponde a 0,4% da população australiana, que ultrapassa 26 milhões de pessoas.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, condenou o ataque e pediu que o governo australiano combata o antissemitismo. Em um evento em Jerusalém, Herzog destacou que “nossos irmãos e irmãs em Sydney foram atacados por terroristas vis em um ataque sangrento durante a comemoração de Hanukkah na Praia de Bondi” e reiterou o alerta ao governo da Austrália para agir contra a crescente onda de antissemitismo no país.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também repudiou o ataque contra a comunidade judaica em Sydney, afirmando que o antissemitismo “não tem lugar neste mundo”. Ele expressou condolências às vítimas, à comunidade judaica e ao povo australiano por meio de uma mensagem na rede social X.
O tiroteio e a resposta a ele causaram indignação generalizada na população e atenção internacional quanto à necessidade de combater o terrorismo e o antissemitismo.
Créditos: Gazeta do Povo