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21:07

Tornado no Paraná reforça pressão por ações concretas na COP30

No mesmo dia em que se encerrou a Cúpula de Líderes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), um tornado no Paraná causou seis mortes e deixou 750 feridos. Especialistas consultados pela Agência Brasil afirmam que o evento climático reforça a necessidade de investimentos e decisões efetivas para enfrentar os extremos climáticos.

Carlos Rittl, diretor global de políticas públicas para florestas e mudanças climáticas da organização internacional Wildlife Conservation Society, afirmou que os eventos recentes aumentam a urgência de compromissos mais eficazes na COP30.

“Vimos o furacão que devastou a Jamaica, o tufão nas Filipinas, que resultou em mais de 180 mortes, e impactos semelhantes no Vietnã. Estamos em uma era de extremos, o que impõe uma grande responsabilidade ao Brasil, que preside a COP30, e a demais negociadores, para oferecer respostas”, explicou Carlos.

Ele acrescentou que as ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa seguem lentas e que o Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, continua sendo a principal referência, ressaltando a importância de evitar que a interferência humana no clima ultrapasse limites perigosos.

Uma crítica recorrente das organizações ambientais é que o tema “adaptação” recebe menos atenção e recursos do que a “mitigação”. Embora reduzir emissões seja fundamental, as cidades precisam urgentemente de investimentos para lidar com eventos extremos, cuja frequência aumenta.

Everaldo Barreiros, professor de meteorologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), destacou a necessidade de incluir os políticos no debate sobre o mapeamento feito por cientistas, que mostra a urgência de preparar as cidades, ressaltando que isso exige recursos financeiros.

A COP30 em Belém discutirá precisamente o financiamento para que os países mais vulneráveis possam estar preparados para enfrentar os impactos inevitáveis das mudanças climáticas. O foco é reduzir prejuízos e, sobretudo, proteger vidas.

Carlos Rittl reforça que os recursos externos precisam estar alinhados aos esforços municipais de adaptação climática, considerando as especificidades e vulnerabilidades locais. Ele citou exemplos recentes de eventos extremos, como as chuvas intensas no Rio Grande do Sul e a seca severa na Amazônia, que agravou incêndios.

Uma das pautas da COP30 é triplicar os fundos disponíveis para apoiar países em desenvolvimento em suas ações de adaptação e para reduzir sua vulnerabilidade aos impactos climáticos, de acordo com Rittl.

O especialista finalizou dizendo que cada município deve desenvolver suas próprias estratégias de adaptação diante dos desafios locais, ressaltando a importância das ações locais para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

Créditos: Agencia Brasil

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