Trinidad e Tobago coloca forças armadas em alerta por crise EUA-Venezuela
Trinidad e Tobago elevou suas Forças Armadas ao nível máximo de alerta em resposta à crescente tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela. O governo de Porto Espanha apoia as operações antidrogas lideradas pelos EUA no Caribe, medida que Caracas considera uma ameaça.
As forças de defesa receberam ordem para que todos os membros retornassem imediatamente às suas bases. A polícia também suspendeu todas as licenças, segundo informações divulgadas pelas forças de segurança.
O pessoal militar foi instruído a estar em suas bases até as 18h do horário local (19h no horário de Brasília) e a realizar os preparativos para possível isolamento.
Entretanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, negou considerar ataques militares na Venezuela, contrariando reportagens que citavam possibilidade de ofensivas iminentes devido ao aumento da presença militar americana no Caribe.
Caracas acusa Washington de preparar uma ofensiva para derrubar o governo de Nicolás Maduro, com relatos de que o governo americano já teria identificado alvos em instalações militares venezuelanas, embora a decisão de agir ainda não tenha sido tomada.
Além disso, Trump e a Casa Branca refutaram informações de fontes não identificadas que indicavam planos de ataque.
Os Estados Unidos acusam Maduro de chefiar um cartel de drogas e intensificaram desde agosto operações antidrogas no Caribe, que resultaram na morte de pelo menos 62 suspeitos em ataques contra embarcações, cuja legalidade é discutida internacionalmente.
Trinidad e Tobago expressou apoio público às ações americanas, o que agravou o conflito com a Venezuela. O ponto de tensão maior ocorreu com a chegada do navio de guerra USS Gravely para exercícios militares no arquipélago, fato considerado uma provocação por Caracas.
Em retaliação, a Assembleia Nacional da Venezuela declarou a primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar persona non grata, enquanto Maduro ordenou a suspensão dos acordos de fornecimento de gás ao arquipélago, vigentes desde 2015.
Créditos: O Globo