Internacional
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Trump afirma que príncipe saudita desconhecia assassinato de Khashoggi

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, afirmando que ele “não sabia de nada” sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

Esta visita de bin Salman aos EUA é a primeira desde a morte de Khashoggi, que era opositor do regime saudita e colunista do jornal The Washington Post.

Um relatório da CIA indicou bin Salman como responsável pelo mandado do crime, porém ele e seus assessores não foram oficialmente responsabilizados.

Durante uma coletiva, Trump interrompeu uma pergunta de uma repórter da rede ABC sobre o caso Khashoggi e impediu que bin Salman respondesse. Ele criticou a jornalista e afirmou que a licença da ABC deveria ser cassada.

Na mesma coletiva, Trump anunciou que a Arábia Saudita planeja investir US$ 600 bilhões nos EUA e confirmou um acordo para a venda de jatos de combate F-35.

Esse anúncio gerou preocupações dentro do governo americano sobre o impacto do fortalecimento militar saudita para Israel, principal aliado dos EUA no Oriente Médio.

Antes do conflito na Faixa de Gaza, Arábia Saudita e Israel buscavam aproximação mediada pelos EUA, mas as conversas foram interrompidas com o início da guerra.

O governo saudita condiciona a retomada das negociações à criação de um Estado Palestino, proposta a qual Trump se opõe, mas planeja tentar avanços neste sentido.

Ainda no dia da visita, a primeira-dama Melania Trump ofereceu um jantar em homenagem a bin Salman.

Isolado internacionalmente após o assassinato de Khashoggi, bin Salman tenta se reposicionar como líder global e modernizador do reino, investindo na diversificação econômica, incluindo mineração, tecnologia e turismo, além do petróleo.

Jamal Khashoggi, crítico do regime saudita e colunista do Washington Post, foi assassinado em 2018 dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, onde buscava uma certidão para seu casamento.

Apesar de ter sido registrado entrando no consulado, Khashoggi nunca saiu. Investigações mostraram que ele foi esquartejado e estrangulado dentro do local.

A CIA concluiu que Mohammed bin Salman ordenou o assassinato, mas nem ele nem seus assessores foram responsabilizados.

O governo saudita inicialmente negou envolvimento, depois admitiu que agentes “descontrolados” agiram por conta própria. Cinco pessoas foram condenadas à morte e outras três receberam penas de prisão após um processo considerado opaco.

Créditos: g1

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