Internacional
19:09

Trump anuncia intervenção militar terrestre na Venezuela e Maduro convoca Força Aérea

O governo dos Estados Unidos anunciou que em breve iniciará operações terrestres contra narcotraficantes na Venezuela. Em resposta, Caracas acionou sua Força Aérea, entrando em alerta para defender o território, aumentando as tensões entre os dois países.

Na quinta-feira (27), em uma ligação telefônica aos militares durante o Dia de Ação de Graças, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que as operações de combate às drogas se expandirão do mar para a terra, por ser uma forma mais eficaz de impedir o tráfico. Ele alertou para que parem de enviar drogas para os EUA.

Trump não detalhou as ações terrestres, mas destacou que desde 1º de setembro as forças americanas eliminaram mais de 80 pessoas e destruíram cerca de 20 embarcações ligadas ao narcotráfico na região do Caribe e Pacífico, com foco na Venezuela.

Estas operações envolvem forças navais e terrestres, incluindo o porta-aviões Gerald R. Ford, o maior do mundo, que abriga 4 mil soldados e 75 caças.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro classificou tales ações como uma tentativa de removê-lo do poder. Ele pediu à Força Aérea venezuelana que se mantenha em prontidão para defender a soberania nacional.

Durante evento realizado na Base Aérea de Maracay, no estado de Aragua, que marcou o 105º aniversário da Força Aérea, Maduro enfatizou que os militares devem estar atentos e prontos para proteger a pátria.

Em simulacro, as tropas executaram uma interceptação de avião e tropas invasoras. O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, sem mencionar diretamente, criticou governos que colaboram na militarização do Caribe e instou que parem de agir contra os interesses dos povos.

No mesmo dia, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, visitou o USS Gerald R. Ford para agradecer às tropas pelo combate aos cartéis de droga.

Na quarta-feira (26), Hegseth esteve na República Dominicana, cujo governo concedeu autorização temporária para os EUA usarem dois aeroportos na região para operações contra o tráfico.

Além disso, na segunda-feira, a Força Aérea americana realizou demonstrações com bombardeiros B-52H no Caribe.

Internamente, a Venezuela viu uma redução da atividade aérea civil, após o país seguir com a ameaça de revogar licenças de voos das companhias TAP, Iberia, Turkish Airlines, Avianca, Latam Colombia e Gol, que foram acusadas de se alinharem a ações dos EUA contra o país.

O Aeroporto Internacional de Maiquetía, que atende Caracas, operou com oferta limitada na quinta-feira, com apenas sete partidas e sete chegadas previstas.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) pediu à Venezuela reconsiderar a decisão de revogar os voos.

Durante a 19ª edição da Comissão Intergovernamental de Alto Nível Rússia-Venezuela, a vice-presidente Delcy Rodríguez acusou a administração Trump de isolar o país e pressionar pela restrição das operações aéreas para Caracas, e pediu aumento de voos entre Caracas e Moscou.

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) recomendou cautela aos operadores aéreos para sobrevoos na Venezuela e no sul do Caribe, levando a cancelamentos de voos.

Portugal manifestou que não cederia a ameaças após revogação da licença da TAP, que atua na Venezuela há quase 50 anos. A Iberia declarou esperar retomar seus voos assim que condições de segurança forem asseguradas.

Créditos: Agência Brasil

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