Internacional
14:06

Trump apresenta estratégia para controlar migrações e reforçar fronteiras

O governo de Donald Trump anunciou uma estratégia com o objetivo de acabar com as migrações em massa no mundo, tornando o controle das fronteiras “o elemento principal da segurança” dos Estados Unidos. Além disso, a Casa Branca pretende reviver a Doutrina Monroe na América Latina, conforme documento divulgado nesta sexta-feira (5).

O texto, intitulado “Estratégia Nacional de Segurança”, afirma que “a era das migrações em massa deve chegar ao fim” e enfatiza que “a segurança das fronteiras é o elemento principal da segurança nacional”. Segundo o documento, após anos de negligência, os Estados Unidos atuarão para restaurar sua preeminência no Hemisfério Ocidental e para proteger a pátria e o acesso a regiões estratégicas da América.

A estratégia propõe uma quase retomada da Doutrina Monroe do século 19, momento no qual os EUA consolidaram sua hegemonia sobre a América Latina, considerada seu quintal. Aplicando um “Corolário Trump”, o governo busca acesso a recursos e posições estratégicas na região, além de garantir que os países latino-americanos sejam estáveis e bem governados para evitar migrações em massa.

O documento também sugere um ajuste da presença militar global americana para combater “ameaças urgentes”, ao mesmo tempo em que se afasta de cenários cuja relevância para a segurança dos EUA diminuiu recentemente.

A visão “America First” (Estados Unidos em primeiro lugar) orienta essa reorientação da política externa, destacando a necessidade de proteger o país de invasões, migratórias e outras ameaças transfronteiriças como terrorismo, tráfico de drogas, espionagem e tráfico de pessoas.

Ao longo das 33 páginas, o texto ressalta a preeminência dos EUA na região como essencial para segurança e prosperidade, condicionando alianças e ajudas à redução da influência estrangeira adversária. Isso inclui controle sobre instalações militares, portos e infraestrutura estratégica.

Embora não cite países diretamente, o documento pode estar se referindo à China, destacando a necessidade de priorizar reciprocidade e equidade na relação econômica com a nação asiática para restaurar a independência econômica americana.

O texto também menciona “potências estrangeiras” que podem minar a soberania americana, e alerta para alianças entre governos latino-americanos e atores externos sem especificar nomes. Além disso, reconhece o sucesso em diminuir influências estrangeiras, expondo os custos escondidos associados à assistência externa.

Sobre a guerra na Ucrânia, o documento critica os aliados europeus e destaca o interesse dos EUA em negociar um fim rápido ao conflito. Afirma que a guerra aumentou a dependência externa da Europa e contesta expectativas consideradas irrealistas baseadas em governos minoritários instáveis.

Após a divulgação, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, afirmou que o país não necessita de “conselhos externos” e rejeitou críticas relacionadas à liberdade de expressão e organização social presentes no documento.

Apesar da crítica a atores estrangeiros não nomeados, o governo Trump mantém o apoio aos aliados da União Europeia para preservar a liberdade e segurança europeias, além de buscar restaurar a autoconfiança e identidade ocidental. O documento também alerta que, se tendências atuais continuarem, o continente europeu poderá estar irreconhecível em 20 anos.

A publicação foi feita com informações da AFP.

Créditos: Folha de S.Paulo

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