Internacional
06:03

Trump celebra trégua em Gaza e expressa desafios para paz no Oriente Médio e Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou a trégua firmada entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, mas também gerou expectativas difíceis de serem cumpridas quanto aos conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia.

Durante um discurso de cerca de uma hora na Knesset, o Parlamento israelense, Trump afirmou que estamos diante do “alvorecer histórico de um novo Oriente Médio” e que “o longo e doloroso pesadelo finalmente terminou” para israelenses e palestinos.

A liberação de 28 reféns pelo Hamas e a soltura de aproximadamente 2 mil presos palestinos por Israel confirmam avanços significativos. A suspensão dos ataques israelenses e o ingresso de ajuda humanitária na Faixa de Gaza representam um alívio importante para mais de 2 milhões de palestinos no território.

No entanto, o objetivo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de eliminar o Hamas não foi atingido, evidenciado desde o início da trégua, na sexta-feira. Ao se retirarem, as forças israelenses permitiram que o Hamas reassumisse o controle da Faixa de Gaza, enfrentando milícias palestinas rivais armadas pelo próprio Hamas.

O plano de 20 pontos proposto por Trump e aceito pelos dois lados não especifica o desarmamento do Hamas. Prevê a criação de uma força internacional para garantir segurança e um comitê de tecnocratas palestinos para administrar o território.

O Hamas exige como condição para depor as armas a retirada completa das tropas israelenses de Gaza e a criação de um Estado palestino, enquanto o governo israelense rejeita ambas as condições.

Há consenso de que a resolução do conflito depende da criação de um Estado palestino viável, desafio imposto pela ausência de território, já que a Cisjordânia está fragmentada por colônias judaicas cercadas por cidades e vilarejos palestinos.

As causas principais, ocupação israelense e violência entre os povos, continuam agravando a situação.

Apesar das dificuldades, o dia teve momentos notáveis, como a assinatura do acordo no Cairo com a participação do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que posou para fotos com Trump. Menos de um mês atrás, Abbas fora impedido de entrar nos Estados Unidos para a Assembleia Geral da ONU, onde diversos países reconheceram o Estado palestino.

Trump declarou na Knesset que seu foco passará para a Ucrânia. Durante o voo para a região, afirmou a jornalistas que poderia fornecer mísseis Tomahawk caso a Rússia não aceite um cessar-fogo.

Reportagem do Financial Times, citando fontes do governo dos EUA, revelou que a inteligência militar americana tem auxiliado a Ucrânia com informações sobre defesas antiaéreas russas para direcionar drones em ataques a complexos de óleo e gás russos.

A trégua em Gaza mostrou a Trump que a obtenção dos acordos de paz desejados exige pressão firme sobre quem detém o poder. Diferentemente de Israel, os EUA não armam a Rússia, limitando seu poder de veto sobre o conflito.

No embate Rússia-Ucrânia, a pressão ocorre por meio do fornecimento de armas aos ucranianos, sanções à Rússia e tarifas aos países que importam energia russa. Essa estratégia já é adotada pelo governo de Joe Biden e parceiros europeus, mas os russos têm conseguido contorná-la.

Créditos: CNN Brasil

Modo Noturno