Trump culpa Biden pela guerra na Ucrânia e critica Zelensky por falta de gratidão
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou neste domingo (23.nov.2025) que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro) não demonstra “gratidão” pelos esforços que ele acredita ter feito para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia. A declaração foi publicada em seu perfil no Truth Social.
Trump declarou que herdou um conflito que não deveria ter ocorrido e o classifica como uma derrota para todos, especialmente para os milhões de mortos. Ele criticou a liderança da Ucrânia por não reconhecer os esforços dos EUA e ainda apontou que a Europa continua comprando petróleo da Rússia.
Além disso, Trump argumentou que a Rússia não teria atacado a Ucrânia se não fosse pela “ineficiência” do ex-presidente Joe Biden. Segundo ele, a guerra teve início durante o governo Biden e piorou após ele deixar o cargo. Trump alega que, se a eleição presidencial de 2020 não tivesse sido fraudada, o conflito não existiria, pois não houve menção a esse tipo de guerra em seu primeiro mandato.
O conflito armado entre Rússia e Ucrânia começou em fevereiro de 2022 com uma invasão em larga escala por Moscou, porém as tensões têm origem em 2014, com a anexação da Crimeia e apoio russo a separatistas em Donetsk e Luhansk. De lá para cá, a guerra se prolongou com alto número de mortos e deslocados.
Um documento divulgado pela administração Trump em 20 de novembro afirma que Crimeia, Luhansk e Donetsk deveriam ser reconhecidas como território russo de fato, inclusive pelos EUA. Atualmente, Kiev exerce controle parcial sobre Luhansk e Donetsk, regiões do cinturão industrial de Donbass.
No que diz respeito às regiões de Kherson e Zaporizhzhia, que Moscou afirma ter anexado, o plano prevê que as linhas de frente sejam mantidas, assegurando controle russo. A usina nuclear de Zaporizhzhia, controlada pelos russos desde 2022, passaria para supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica, com a energia produzida dividida entre as duas nações.
A proposta também estabelece a redução do exército ucraniano para 600 mil soldados, cerca de metade do tamanho atual. A Ucrânia ficaria proibida de entrar na Otan, e o bloco militar concordaria em não enviar tropas ao país. O plano prevê ainda a destinação de US$ 100 bilhões em ativos russos retidos em bancos europeus para a reconstrução da Ucrânia.
No entanto, o documento não explica como o cessar-fogo seria implementado nem quais seriam os mecanismos para garantir o cumprimento dos termos. Também não detalha as “garantias de segurança confiáveis” que a Ucrânia receberia, embora mencione a possibilidade de aviões europeus estacionarem na Polônia.
Além disso, o plano exige que a Ucrânia realize eleições em até 100 dias e que ambos os países adotem programas educacionais para promover a compreensão e tolerância cultural, eliminando racismo e preconceito.
A proposta enfrenta resistência na União Europeia. Durante reunião em Bruxelas na quinta-feira (20.nov), ministros das Relações Exteriores indicaram não aceitar que Kiev faça concessões que equivalham a uma “capitulação”. Fontes da Casa Branca disseram à agência Reuters que os EUA pressionam Zelensky a aceitar integralmente os 28 pontos do plano.
Trump estabeleceu o dia 27 de novembro, o Dia de Ação de Graças nos EUA, como prazo para que a Ucrânia dê sua resposta ao plano.
Créditos: Poder360