Trump parabeniza Lula no 80º aniversário e comenta reunião em Kuala Lumpur
O presidente Donald Trump felicitou Lula pelo seu 80º aniversário nesta data, ao embarcar no Air Force One para deixar a Malásia, após encontro com o presidente brasileiro.
Trump, do partido Republicano, expressou surpresa com a idade de Lula e o chamou de “um cara muito vigoroso”. Durante o encontro em Kuala Lumpur, na véspera do aniversário de Lula, este brincou convidando o americano a “comer um pedacinho de bolo”.
O ex-presidente dos EUA disse que a reunião com o Brasil foi “muito boa”, mas não garantiu a realização de um acordo. “Não sei se algo vai acontecer, vamos ver”, declarou, acrescentando que “eles gostariam de fazer um acordo”.
Lula e Trump se encontraram em Kuala Lumpur durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Lula afirmou aos jornalistas que não deseja “qualquer desavença com os EUA” e que “não há motivo para qualquer conflito entre Brasil e Estados Unidos”.
Trump mencionou a possibilidade de “trabalhar em acordos” referentes às tarifas impostas ao Brasil. “Em relação às tarifas impostas ao Brasil, acho que tudo é justo. Tenho muito respeito pelo presidente dele, tenho muito respeito pelo Brasil. Vamos trabalhar em acordos.”
Ainda, Trump declarou ser uma “grande honra” estar com Lula e mencionou que acredita que ambos os países podem fazer bons acordos, indicando otimismo para um bom relacionamento.
Após o encontro, Lula explicou que a pauta a discutir com os Estados Unidos será “longa”. Ele ressaltou que a tendência natural, quando dois presidentes dialogam, é chegar a um acordo. O presidente brasileiro se disse “otimista” quanto à manutenção de uma relação mais civilizada entre os países.
Lula destacou a dificuldade do encontro, observando que Trump viajou 22 horas dos Estados Unidos até a Malásia, assim como ele próprio viajou 22 horas do Brasil, o que fazia parecer impossível o encontro entre os dois presidentes no país asiático. O brasileiro comemorou a reunião e declarou-se “feliz” pela ocasião.
As relações entre Brasil e Estados Unidos ficaram estremecidas após sanções e tarifas impostas pelos EUA. Com mediação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), os EUA aplicaram sanções contra autoridades brasileiras e aumentaram taxas sobre produtos importados do Brasil.
Inicialmente, o Brasil recebeu uma taxação de 10%, a mais baixa entre os países alvos das novas tarifas anunciadas em abril pelo governo Trump. A elevação das tarifas para 50%, ocorrida em julho, foi justificada pelo governo dos EUA com ações do Brasil que prejudicavam “empresas americanas e os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”.
Em julho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi sancionado pela Lei Magnitsky, assim como outros sete ministros e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que tiveram seus vistos americanos cancelados.
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro também motivou sanções, incluindo a aplicação da Lei Magnitsky à esposa de Alexandre de Moraes e ao instituto Lex, vinculado à família.
O governo brasileiro declarou que não aceitaria interferência externa, afirmando que a soberania do país “não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”.
Lula chegou a autorizar medidas recíprocas de tarifas, que foram comunicadas aos Estados Unidos, embora não tenham sido efetivadas.
Após a reunião, Lula afirmou estar confiante na proximidade de um acordo, declarando: “Se depender de Trump e de mim, vai ter acordo.”
Créditos: UOL Noticias