Trump perdoa George Santos e ex-deputado dos EUA deixa prisão
O ex-deputado republicano George Santos, filho de imigrantes brasileiros, foi libertado da prisão hoje após receber perdão presidencial de Donald Trump.
Ele saiu da Instituição Correcional Federal em Fairton, sul de Nova Jersey, por volta da meia-noite em Brasília (23h horário local), confirmação dada por seu advogado Joseph Murray ao The New York Times.
Trump afirmou que Santos “foi um tanto ‘desonesto'”, como muitos outros nos EUA. Acrescentou que Santos sofreu longos períodos em confinamento solitário e teria sido maltratado. Por isso, assinou uma comutação libertando Santos imediatamente, desejando-lhe boa sorte e uma ótima vida.
A comutação reduz a pena, mas não anula a condenação. Esta é uma das várias concessões de clemência política feitas por Trump a aliados.
Trump destacou que Santos foi exceção pois, segundo ele, muitos casos semelhantes não resultaram em prisão. Comparou o ex-deputado ao senador democrata Richard Blumenthal, acusado por Trump de mentir sobre ter lutado na Guerra do Vietnã, afirmando que o comportamento do democrata é “muito pior” e ressaltando que Santos sempre votou com os republicanos.
George Santos foi o primeiro congressista americano expulso da Câmara em mais de 20 anos. Nascido em Nova York e filho de brasileiros, tornou-se conhecido por inventar partes de sua biografia, como formação acadêmica e experiência profissional, e foi condenado por fraude e roubo de identidade.
Ele está preso desde julho após se entregar à Justiça. Em abril foi condenado a sete anos e dois meses por desvio de fundos de campanha, supostamente usados para pagar aplicações de botox e assinaturas na plataforma OnlyFans, conforme investigações.
Promotores classificaram sua conduta como “rede descarada de enganos”. Segundo denúncia, Santos enganou eleitores e alavancou sua carreira política com mentiras, roubos e fraudes de identidade.
Acusações indicam que Santos, com ajuda da ex-tesoureira Nancy Marks, falsificou registros da Comissão Eleitoral Federal, criando doações fictícias para atingir US$ 250 mil em arrecadação, valor exigido para qualificação no Partido Republicano para disputar cadeira por distrito de Nova York em 2022. Nancy Marks se declarou culpada e aguarda sentença em junho.
Quando informado de que faltava dinheiro, Santos teria sugerido por mensagem que fariam diferente, incluindo doações falsas atribuídas a familiares, pessoas fictícias e identidades roubadas de idosos.
Santos enfrenta 23 acusações criminais que abrangem fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e roubo de verbas públicas, com suspeita de uso de dinheiro de campanha para compra de artigos de luxo.
A declaração de culpa evitou que o julgamento acontecesse em 2024. Santos admitiu que sua ambição prejudicou seu juízo, declarou-se culpado e pediu desculpas à família, amigos, apoiadores e eleitores, reconhecendo que os decepcionou.
Além disso, mentiu sobre ter trabalho em grandes bancos como Goldman Sachs e ter sido estrela do voleibol universitário. Falsificou seu histórico familiar, alegando descendência de judeus sobreviventes do Holocausto.
Em maio de 2023, foi inicialmente acusado de 10 crimes, ampliados para 23 em outubro de 2023. Investigação do The New York Times já expusera suas mentiras durante seu mandato, terminando abruptamente sua carreira política.
Créditos: UOL