Trump retira sanções contra Alexandre de Moraes e agrava isolamento do clã Bolsonaro
A decisão de Donald Trump de remover o ministro do STF Alexandre de Moraes e sua esposa Viviane da lista de sancionados pela Lei Magnitsky representa um gesto com impacto político significativo no cenário brasileiro.
A partir desse movimento, a família Bolsonaro fica isolada, contando apenas com seu grupo interno. O clã não possui apoio do Centrão para sustentar um projeto presidencial nem dispõe de base sólida na Câmara ou no Senado para viabilizar uma candidatura competitiva.
Nos bastidores, o rompimento com Tarcísio de Freitas, resultado direto da escolha de Flávio Bolsonaro para indicação, intensifica esse isolamento.
Por essa razão, internamente Trump era visto como a última esperança, a luz no fim do túnel. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Eduardo Bolsonaro repetiram publicamente que Trump poderia ser o agente capaz de reinserir o bolsonarismo no cenário internacional, conferir legitimidade externa e ressuscitar o apoio interno. Essa era a aposta final do clã.
Entretanto, Trump desistiu, rompendo com a família Bolsonaro e deixando-os desacompanhados.
O presidente dos EUA participou de uma mesa redonda enquanto anunciava um pacote de ajuda para agricultores na Casa Branca, em meio a essa decisão. A Lei Magnitsky, usada para punir estrangeiros economicamente, havia incluído Alexandre de Moraes e sua esposa em julho, em um contexto que envolvia o julgamento de Jair Bolsonaro.
No âmbito institucional, o quadro permanece difícil: não há diálogo com a maioria do Supremo após os eventos ligados à trama golpista, e a Câmara postergou soluções para a crise.
Esta situação evidencia o isolamento crescente do clã Bolsonaro no cenário político brasileiro, agora sem o apoio esperado do ex-presidente americano.
Créditos: g1