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Trump sanciona lei para divulgar arquivos do caso Jeffrey Epstein

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou na quarta-feira (19) o projeto de lei que exige a divulgação completa dos arquivos da investigação sobre o bilionário Jeffrey Epstein. A aprovação pelo Congresso foi quase unânime e ocorreu um dia antes da sanção.

Epstein foi acusado de abusar sexualmente de mais de 250 meninas menores e de comandar uma rede de exploração nos anos 2000. O caso voltou a ter destaque em 2025 diante dos debates sobre a liberação dos documentos.

Com a nova lei, o Departamento de Justiça deverá liberar todos os documentos relacionados, incluindo dados da morte de Epstein na prisão, em até 30 dias, estimando-se cerca de 100 mil páginas.

A legislação autoriza a ocultação de detalhes pessoais das vítimas ou informações de investigações ainda em andamento, mas proíbe a censura com base em constrangimentos, danos à reputação ou motivações políticas.

Trump anunciou a sanção em suas redes sociais, aproveitando para criticar opositores e afirmar que os democratas seriam expostos pelos arquivos. Declarou que seu governo já entregou mais de 50 mil páginas ao Congresso.

“O caso Epstein foi usado pelos democratas, que são mais afetados por ele do que o Partido Republicano, para desviar atenção das nossas conquistas”, escreveu o presidente.

Esta atitude marca uma reversão de posicionamento, já que Trump antes criticava a liberação dos documentos, considerando o caso uma farsa criada pelos democratas.

Documentos divulgados previamente pelo Congresso indicam que Trump poderia ter tido conhecimento da conduta de Epstein. Em um e-mail, Epstein menciona que Trump passou “várias horas” com uma das vítimas.

Durante a campanha de 2024, Trump prometeu tornar públicos os arquivos secretos relacionados ao caso e declarou estranheza pelo fato de a lista de clientes nunca ter sido revelada.

Em fevereiro de 2025, o governo já havia divulgado alguns documentos e a procuradora-geral da época, Pam Bondi, afirmou que uma lista de clientes estava em revisão.

Pressões crescentes da oposição e até de aliados republicanos levaram Trump a apoiar a aprovação da liberação dos documentos, afirmando que os republicanos não tinham nada a esconder.

No dia 12 de novembro, mais de 20 mil páginas de documentos sobre a investigação foram liberadas pelo Congresso, muitas contendo e-mails trocados por Epstein.

Um deles, de janeiro de 2019, cita que Trump “sabia sobre as garotas”, menciona uma vítima e faz referência ao resort Mar-a-Lago, na Flórida.

Outro e-mail de 2011 revela conversas de Epstein com Ghislaine Maxwell, sua parceira, sobre Trump.

Ainda há documentos mostrando Epstein considerando como responder a perguntas da imprensa sobre sua relação com Trump na época em que este ganhava evidência política nacional.

Deputados democratas afirmam que essas mensagens trazem novas dúvidas sobre o vínculo entre Trump e Epstein, enquanto o jornal The New York Times sugeriu que Trump poderia saber mais do que admite.

Trump considera a controvérsia uma armadilha política, e a porta-voz da Casa Branca afirmou que os documentos confirmam que o presidente não cometeu irregularidades.

Créditos: g1

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