Venezuela enfrenta falta de espaço para armazenar petróleo após ações dos EUA
Segundo reportagem divulgada pela Bloomberg News em 17 de dezembro de 2025, a Venezuela está ficando sem capacidade para armazenar petróleo.
A dificuldade para escoar a produção venezuelana ocorre diante de recentes medidas do governo dos Estados Unidos. Em 16 de dezembro, o presidente Donald Trump declarou nas redes sociais que a Venezuela está “completamente cercada” e que petroleiros sujeitos a sanções seriam bloqueados, impedindo-os de atracar ou sair dos portos venezuelanos.
A Bloomberg destaca que o problema começou a se intensificar depois da interceptação e apreensão de um navio petroleiro pelos EUA em 10 de dezembro. Após essa ação, diversos navios optaram por não deixar o país por receio dos exportadores.
Fontes citadas pela agência indicam que os principais locais de armazenamento e os navios ancorados estão enchendo rapidamente, com previsão de atingirem a capacidade máxima dentro de cerca de dez dias.
Se o país não encontrar espaço para armazenar, parte da produção da estatal PDVSA, que gira em torno de um milhão de barris diários, poderá ser interrompida.
Ainda em 17 de dezembro, o governo venezuelano afirmou que as exportações de petróleo e a navegação dos petroleiros seguem normalmente. A PDVSA também informou ter retomado as entregas de petróleo após se recuperar de um ataque cibernético sofrido no início da semana.
Na mesma terça-feira, Trump acusou a Venezuela de roubar petróleo e terras dos Estados Unidos, afirmando que o país está cercado “pela maior Armada já reunida na história da América do Sul”.
Ele também responsabilizou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, por utilizar o petróleo para financiar um regime que classificou como ilegítimo, além de envolvimento com atividades ilícitas como terrorismo, tráfico de drogas e sequestros.
Trump designou o regime venezuelano como uma ORGANIZAÇÃO TERRORISTA ESTRANGEIRA e anunciou bloqueio total a todos os petroleiros sancionados que entrarem ou saírem da Venezuela. De acordo com o site Axios, dezoito dessas embarcações sancionadas encontram-se atualmente em águas venezuelanas.
Analisando o contexto, desde 2019, Trump já havia imposto diversas sanções ao setor petrolífero venezuelano, visando pressionar o governo Maduro e diminuir as exportações do país. Mesmo assim, a Venezuela ainda exporta cerca de um milhão de barris de petróleo por dia.
Especialistas indicam que o regime recorre a “navios fantasmas”, que mudam frequentemente de nome ou bandeira para evitar sanções, e algumas embarcações assumem identidades de navios destinados a desmanche.
Segundo a S&P Global, aproximadamente um em cada cinco petroleiros mundialmente atua no contrabando de petróleo de países sancionados, com Rússia e Irã também utilizando táticas similares.
Créditos: g1