Venezuela rejeita orientação de Trump para fechar espaço aéreo ao redor do país
O chanceler venezuelano Yván Gil Pinto manifestou forte oposição às declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, feitas no dia 29 de novembro de 2025, em uma rede social. Trump recomendou que companhias aéreas considerassem o espaço aéreo venezuelano fechado, uma medida que o governo de Caracas classificou como mais um ato de pressão militar por parte dos EUA contra o regime de Nicolás Maduro.
Em comunicado oficial divulgado via Telegram, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela definiu a ação como uma “ameaça colonialista” e uma agressão “extravagante, ilegal e injustificada”. Segundo ele, tais declarações configuram um ato hostil, unilateral e arbitrário, que viola os princípios básicos do direito internacional.
Yván Gil Pinto afirmou que essas medidas são parte de uma política persistente de agressão dos EUA contra o país e uma tentativa de impor uma jurisdição ilegítima sobre o espaço aéreo venezuelano. A Venezuela encara a postura americana como uma ameaça à segurança da aviação civil, à integridade territorial e ao controle estatal.
O governo venezuelano ressaltou que as ações dos Estados Unidos violam a Carta das Nações Unidas, citando especificamente o Artigo 2, parágrafo 4, que impede o uso da força. A nota também destacou o impacto humanitário imediato dessa decisão, que suspendeu voos de repatriação de venezuelanos dentro do programa “Plan Vuelta a la Patria”, responsável por trazer de volta quase 14 mil migrantes em 75 voos.
Caracas fez um apelo às organizações multilaterais e à comunidade internacional para que condenem essa suposta agressão, ressaltando que essa ameaça afeta não apenas a Venezuela, mas também a soberania de toda a região do Caribe e da América do Sul.
O país declarou que responderá com dignidade e dentro da legalidade às ações dos Estados Unidos, reafirmando seu direito pleno e exclusivo sobre o espaço aéreo que se estende sobre seu território, rejeitando qualquer interferência externa ou ordens estrangeiras.
Créditos: g1 Globo