Vídeo de drone mostra homens armados antes da megaoperação no Complexo do Alemão

Um vídeo capturado por drone da polícia revela suspeitos fortemente armados reunidos instantes antes da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na zona Norte do Rio de Janeiro, na última terça-feira (28).

As imagens exibem homens com roupas camufladas, semelhantes às vestimentas das forças de segurança, portando fuzis dentro da comunidade.

Essa movimentação foi registrada durante a Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes nos complexos da Penha e do Alemão naquele dia.

A missão visa localizar e prender cerca de 100 suspeitos ligados ao Comando Vermelho (CV), incluindo 30 oriundos do Pará, segundo informações das forças de segurança.

Em determinado trecho do vídeo, os homens, que inicialmente formavam um tipo de “paredão” no local, deslocam-se em direção à área próxima à mata da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, de onde posteriormente foram filmados fugindo em fila indiana.

A megaoperação foi planejada para encurralar os criminosos e empurrá-los para uma região de mata onde o Bope estava posicionado.

O secretário da Polícia Militar, Marcelo Menezes, confirmou essa estratégia durante uma coletiva que abordou os resultados da operação, considerada uma das mais letais da história, superando até o Massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, em São Paulo.

Ele negou que a operação tenha sido improvisada, explicando que a região foi cuidadosamente estudada e que a ação iniciou-se no Complexo do Alemão, com incursões simultâneas em diferentes áreas das 26 comunidades que compõem os dois complexos.

Menezes destacou que o isolamento na mata teve o objetivo de preservar o interesse público e garantir a segurança dos moradores de bem da região.

Ele afirmou que os suspeitos que optassem por não confrontar teriam a possibilidade de se render, assim como muitos que foram presos durante a ação.

A Operação Contenção terminou como a mais letal da história do Rio de Janeiro, marcada por intensos tiroteios, com drones registrando os criminosos fortemente armados fugindo em fila indiana pela mata da Vila Cruzeiro.

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) informou que o número de mortos chegou a 121, incluindo quatro agentes de segurança.

Além das mortes, 10 menores foram apreendidos e 113 pessoas foram presas, entre elas Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, apontado como operador financeiro do CV no Complexo da Penha e braço direito do chefe do Comando Vermelho, Edgar Alves de Andrade, também conhecido como “Doca” ou “Urso”.

Créditos: CNN Brasil