Brasil confirma 29 casos de intoxicação por metanol, diz Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde atualizou nesta sexta-feira (10) os dados sobre os casos de intoxicação por metanol decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.

Até o momento, foram notificadas 246 ocorrências no país, enquanto 249 casos foram descartados.

Os casos confirmados estão presentes em três estados, com São Paulo concentrando a maioria, totalizando 160 registros entre os casos ainda em investigação. Também há registros em Pernambuco (31), Rio Grande do Sul (4), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Rio de Janeiro (3), Espírito Santo (3), Goiás (2), Alagoas (1), Bahia (1), Ceará (1), Minas Gerais (1), Rio Grande do Norte (1) e Rondônia (1).

O levantamento confirma cinco mortes em São Paulo relacionadas à intoxicação e aponta 12 óbitos em investigação: um em Ceará, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul cada; três em Pernambuco; e seis em São Paulo.

Para apoiar o estado de São Paulo na confirmação dos casos, o Ministério da Saúde e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) divulgaram orientações recentes para que profissionais de saúde identifiquem e tratem casos de intoxicação por metanol, diante do aumento de registros associados a bebidas adulteradas.

Na última segunda-feira, o Ministério anunciou medidas para fortalecer a confirmação dos casos suspeitos em São Paulo, incluindo a criação de uma sala de situação para monitorar a evolução dos casos e planejar respostas.

O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp ampliará a capacidade de análise, integrando a rede de laboratórios de referência, com até 190 exames diários. A Fiocruz disponibilizará seu laboratório para colaboração, com o objetivo de estruturar uma capacidade permanente para análise de intoxicações químicas além do surto atual.

Também será importado um lote do medicamento fomepizol, que bloqueia a ação tóxica do metanol no organismo. O remédio, vindo dos Estados Unidos, será distribuído a centros de toxicologia em todo o país, e cada paciente adulto pode necessitar de duas a quatro ampolas.

A intoxicação por metanol afeta o corpo em diferentes períodos após a ingestão, como nos primeiros 12, 24 e 48 horas, segundo informações do Ministério da Saúde.

Essas ações buscam melhorar o diagnóstico precoce e o tratamento médico para os afetados pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no Brasil.

Créditos: g1