São José dos Campos confirma primeiro caso de intoxicação por metanol no Vale

São José dos Campos registrou o primeiro caso confirmado de intoxicação por metanol na região do Vale do Paraíba e na região bragantina. Além deste, a cidade possui mais seis casos em investigação.

Com o caso confirmado nessa cidade, o Vale do Paraíba contabiliza um caso confirmado e nove suspeitos de intoxicação por metanol.

A Polícia Civil de São Paulo investiga se estas intoxicações têm como origem garrafas de bebidas destiladas que foram higienizadas com metanol. Essa é a principal linha de investigação.

O metanol é um álcool utilizado em solventes e produtos químicos industriais e é extremamente perigoso quando ingerido.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o paciente confirmado em São José é um homem de 43 anos, etilista crônico, que consumiu bebidas alcoólicas em vários estabelecimentos da cidade entre 30 de setembro e 1º de outubro.

Todos os locais foram vistoriados pela Vigilância Sanitária e a Polícia Civil recolheu os produtos suspeitos para análise.

O paciente apresentou sintomas como vômitos, hematêmese e taquicardia. Ele foi internado no Hospital Municipal no dia 4 de outubro, recebeu tratamento e alta no dia 6, após melhora do quadro clínico.

Além desse caso confirmado, cinco suspeitos foram descartados após exames comprovarem ausência de intoxicação por metanol.

A Secretaria Estadual de Saúde informa que os nove casos em investigação são os únicos registrados no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira, Litoral Norte e região bragantina.

No estado de São Paulo, são 185 casos totais, sendo 25 confirmados e 160 em investigação, com seis mortes confirmadas por intoxicação por metanol.

Ao contrário do etanol presente em bebidas alcoólicas, o metanol não é seguro para consumo, não tem cheiro, cor ou sabor característicos, podendo ser misturado ilegalmente sem detecção pelo consumidor.

No organismo, o metanol é processado no fígado e convertido em substâncias tóxicas, como ácido fórmico, que comprometem órgãos como medula, cérebro e nervos ópticos, podendo causar cegueira, coma e morte.

Os efeitos aparecem rapidamente, incluindo visão borrada, tontura, dor abdominal e respiração acelerada. O grau de gravidade depende da quantidade ingerida e da rapidez do atendimento médico.

Nos últimos dias, estados pelo Brasil registraram casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas.

Em resposta, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para coordenar ações com órgãos como Anvisa, vigilâncias sanitárias e ministérios diversos, visando controlar a situação.

Bebidas destiladas são a maioria dos produtos contaminados, segundo autoridades de saúde.

A investigação segue em andamento para identificar os responsáveis pela adulteração das bebidas e prevenir novos casos.

Créditos: g1 Vale do Paraíba e Região