Presidente Javier Milei vota em silêncio em eleição legislativa decisiva na Argentina

O presidente argentino Javier Milei participou em silêncio da eleição legislativa realizada neste domingo, um pleito considerado crucial para o futuro de seu governo. Ele compareceu a uma escola na capital acompanhado por sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, e esteve protegido por um rigoroso esquema de segurança que isolou os jornalistas presentes.

Milei teve contato apenas com alguns seguidores, tirou selfies e não concedeu declarações. Nesta eleição, os argentinos renovam quase metade dos assentos da Câmara (127 de 257) e um terço do Senado (24 de 72). O processo é visto como um referendo sobre a gestão de Milei, que está no cargo desde 10 de dezembro de 2023, em meio a uma conjuntura econômica, financeira, social e política delicada.

Nas primeiras horas, líderes da oposição votaram e aproveitaram para criticar o governo. O deputado Máximo Kirchner, filho da ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar por corrupção, declarou que ‘‘coisas muito importantes estão em jogo’’ e lamentou que um presidente estrangeiro, referindo-se ao americano Donald Trump, esteja influenciando o pleito condicionando ajuda financeira à vitória de Milei.

Kirchner ressaltou a necessidade de elevar a autoestima nacional e afirmou que a Argentina não pode ser uma colônia de outra nação.

Há preocupação no país sobre um possível revés de Milei nas urnas. O ex-governador de Córdoba, Juan Schiaretti, que busca vaga na Câmara e integra a coalizão oposicionista Províncias Unidas, buscou tranquilizar a população afirmando que a derrota do governo não implicaria no colapso da Argentina.

Schiaretti destacou que, se houver perda, o governo deve refletir para corrigir seus erros e que este processo tende a ser mais fácil se o governo não vencer. Ele ainda pediu que os cidadãos votem com tranquilidade, sem medo, e apostou no diálogo como caminho diante dos desafios sociais atuais.

Créditos: O Globo