Argentina encerra eleição legislativa com a menor participação em 40 anos

Neste domingo, 26, a Argentina finalizou a votação das eleições legislativas que renovam quase metade da Câmara dos Deputados, com 127 das 257 cadeiras em disputa, e um terço do Senado, com 24 dos 72 membros. O pleito é visto como decisivo para a segunda metade do governo de Javier Milei, que busca fortalecer sua base no Congresso.

Os resultados oficiais devem ser divulgados por volta das 21h, horário de Brasília. Até o momento, sabe-se que a participação eleitoral foi cerca de 66%, a mais baixa desde a retomada da democracia em 1983, conforme informou o jornal argentino Clarín. Nas últimas três eleições legislativas, os índices de comparecimento foram 79%, 76% e 71%, respectivamente.

Eleições legislativas de meio mandato presidencial costumam funcionar como um referendo sobre a gestão do chefe do Executivo nos primeiros dois anos. Uma pesquisa recente aponta que o partido criado por Milei em 2021, A Liberdade Avança (LLA), tem chances razoáveis de crescer significativamente. De acordo com esse levantamento, 40% dos argentinos preferem esta sigla, dez pontos percentuais à frente dos peronistas da União pela Pátria — grupo que governou o país por quatro décadas — e muito à frente do PRO, do ex-presidente Mauricio Macri, que negocia uma aliança com governistas para isolar a oposição.

A prisão da ex-presidente peronista Cristina Kirchner, em junho, condenada por corrupção, enfraqueceu a esquerda adversária, o que favorece Milei. “Sem rivais no caminho, ele tem tudo para ser coroado nas eleições”, avaliou o historiador Eduardo Sartelli, da Universidade de Buenos Aires, em entrevista à VEJA.

Créditos: Veja