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15:12

Lula critica operação policial do RJ com 121 mortos e chama de desastrosa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como uma “matança” e chamou de “desastrosa” a operação policial no Rio de Janeiro que resultou na morte de 121 pessoas. Ele fez tais declarações durante entrevista concedida a veículos internacionais na terça-feira (4).

“Do ponto de vista do número de mortes, a operação foi apontada como um sucesso, mas, na avaliação sobre a atuação do Estado, considero-a desastrosa”, afirmou Lula a jornalistas.

O presidente ainda mencionou que está sendo avaliada a participação dos legistas da Polícia Federal na investigação do ocorrido, destacando que a ordem judicial era para prisão, não para mortes, e criticou a existência dessa matança.

As declarações foram dadas em Belém (PA), onde Lula participou da COP30, conferência climática da ONU sediada na cidade.

Antes, o governo e o presidente já haviam se pronunciado sobre o caso, ressaltando a importância de um trabalho coordenado contra o narcotráfico.

Na semana anterior, o governo federal sancionou uma lei que prevê punições para quem planeja ataques ou ameaças contra autoridades que combatem o crime organizado, e também criminaliza a obstrução dessas ações.

Esta operação no Rio foi a mais letal da história do estado, gerando um conflito entre o governo federal e o governador Cláudio Castro (PL), que acusou a União de negar apoio e não atender a três pedidos das Forças Armadas.

As críticas foram rebatidas por ministros do governo. Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, negou as acusações em entrevista coletiva.

Segundo reportagens da Folha, auxiliares do presidente dizem que desde seu retorno da Ásia ele tem dado prioridade à questão, pressionando por rapidez no envio ao Congresso de um projeto antifacção, que atualiza leis sobre organizações criminosas.

Embora a segurança pública seja um tema estadual, aliados de Lula avaliam que a crise pode afetar a imagem do governo, que vinha com índices positivos de aprovação.

Durante a ausência de Lula, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, convocou uma reunião com ministros para tratar do tema, que contou com a participação do governador por telefone.

O governo federal também autorizou a transferência de cerca de dez presos do Comando Vermelho para presídios federais de segurança máxima, após solicitação do governador.

Esses acontecimentos marcam o embate político e as medidas adotadas pelo governo diante da operação policial mais letal no Rio de Janeiro.

Créditos: Folha de S.Paulo

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