Saúde
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Mais de 2 mil doses de fomepizol chegam a centro do Ministério da Saúde em Guarulhos

Nesta quinta-feira (9), mais de 2 mil doses de fomepizol, antídoto utilizado para intoxicação por metanol, chegaram ao centro de distribuição do Ministério da Saúde localizado em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.

O Ministério da Saúde adquiriu um total de 2.500 doses em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Destes, 288 serão enviados ainda hoje aos hospitais paulistas para atender pacientes. Na sexta-feira (10), os demais estados, com casos suspeitos ou não, também receberão doses do medicamento.

Além disso, mil doses permanecerão estocadas no centro de distribuição para uso futuro conforme a necessidade dos hospitais.

O uso do fomepizol será restrito a acompanhamento médico, obedecendo à norma técnica do Ministério da Saúde, que indica a prescrição do medicamento para pacientes que apresentem sintomas clínicos de intoxicação, tenham ingerido bebidas destiladas entre 6 e 72 horas antes, e apresentem alterações positivas em pelo menos dois exames laboratoriais.

O Sistema Único de Saúde (SUS) seguirá utilizando o etanol como antídoto alternativo.

O tratamento deve iniciar-se diante de suspeita de contaminação, sem precisar da confirmação laboratorial. O protocolo prevê uma dose inicial de ataque e doses menores a cada 12 horas, totalizando quatro aplicações principais.

O primeiro paciente recebe uma dose maior e as subsequentes em intervalos de 12 horas até quatro doses. A continuidade do tratamento depende da evolução clínica do paciente e, se possível, também da dosagem de metanol no sangue.

A melhora geralmente ocorre em até 48 horas, com a eliminação gradual do metanol pelo organismo. Em casos mais graves, a diálise pode ser associada para acelerar a eliminação da toxina.

O fomepizol atua bloqueando a enzima álcool desidrogenase, que transforma o metanol em substâncias altamente tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, responsáveis por graves efeitos da intoxicação, incluindo cegueira, danos neurológicos e falência de órgãos.

Segundo a diretora de Assuntos Médicos, o fomepizol é um antídoto mais eficaz que o etanol farmacêutico, que atualmente é utilizado como alternativa temporária nos hospitais brasileiros.

O número de mortes confirmadas por intoxicação por bebida alcoólica adulterada com metanol em São Paulo subiu para cinco, conforme boletim divulgado pelo governo estadual nesta quarta-feira (8). Eram três mortes confirmadas até o dia 7 de outubro, e duas novas mortes, ocorridas em 25 e 28 de setembro, foram acrescentadas ao balanço.

Entre os cinco óbitos estão Marcos Antônio Jorge Júnior, Bruna Araújo e Marcelo Lombardi.

A Secretaria da Saúde de São Paulo estabeleceu um protocolo padrão para atendimento de pacientes que apresentem sintomas persistentes ou agravados após consumirem bebidas destiladas adulteradas. Os sintomas incluem problemas visuais, dores de cabeça e sintomas neurológicos.

A Justiça paulista autorizou a destruição imediata de 100 mil garrafas apreendidas na investigação sobre a adulteração das bebidas. O juiz Lucas Bannwart Pereira, do Fórum Criminal Barra Funda, acatou pedido da Polícia Civil. Os recipientes foram encontrados em uma empresa de recicláveis que comercializava garrafas sem controle sanitário, origem ou higienização adequada.

Primeiros exames indicam que não houve contaminação acidental de metanol nas bebidas apreendidas.

Créditos: g1 SP

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