Trump afirma que Hamas será desarmado, possivelmente pela força, se não colaborar
Um dia após a assinatura de um acordo de cessar-fogo para o conflito na Faixa de Gaza, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (10) que, se o grupo Hamas não entregar suas armas voluntariamente, será desarmado rapidamente e, segundo ele, possivelmente de forma violenta.
A fala ocorreu durante um encontro na Casa Branca com o presidente da Argentina, Javier Milei, logo após o Hamas liberar os últimos reféns vivos em Gaza. Essa libertação fez parte do acordo mediado por Trump que também determinou que Israel liberasse quase 2.000 prisioneiros palestinos, além de garantir um cessar-fogo imediato no conflito.
Embora a trégua tenha sido estabelecida, o Hamas ainda não concordou com o desarmamento total, uma condição exigida por Tel Aviv para manter o acordo. Trump afirmou: “Se eles não se desarmarem, nós os desarmaremos. E isso acontecerá rapidamente e talvez de forma violenta”.
O presidente norte-americano destacou que comunicou a exigência de desarmamento ao Hamas, que teria aceitado seguir um plano de paz de 20 pontos. Trump relatou: “Eu falei com o Hamas e disse: ‘Vocês vão se desarmar, certo?’ E eles responderam: ‘Sim, senhor, vamos nos desarmar'”.
Mais tarde, Trump mencionou que a mensagem foi transmitida ao Hamas por intermediários. Na véspera, o acordo de paz foi assinado por Trump e pelos mediadores Egito, Qatar e Turquia, reafirmando o compromisso dos quatro países de implementar o plano aceito por Hamas e Israel, e o desejo de resolver futuros conflitos por meio do diálogo em vez da força.
No entanto, nem o Hamas nem Israel assinaram o texto, e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, não participou do evento. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, esteve presente, mas também não assinou a declaração.
Apesar do acordo, a situação no Oriente Médio permanece tensa. Na terça-feira, Israel voltou a restringir a entrada de ajuda humanitária em Gaza e manteve as fronteiras fechadas. Membros do Hamas voltaram a circular pelas ruas, executando rivais e demonstrando controle sobre áreas do território, conforme reportou a agência Reuters.
Créditos: Folha de S.Paulo